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O laboratório atende a 30 municípios da região, auxiliando no diagnóstico e acompanhamento da doença

Dia 24 de março marca o Dia Internacional da Luta Contra a Tuberculose, doença endêmica, que anualmente registra cerca de 10 milhões de casos e 1,3 milhões de mortes a nível mundial. A Universidade Estadual de Maringá (UEM), por meio do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas (Lepac) presta importantes serviços no combate à tuberculose na região.

A coordenadora do Lepac, professora Regiane Bertin de Lima Scodro, cuja pesquisa de doutorado está relacionada ao agente causador da tuberculose, diz que antes da Covid-19, a doença infectocontagiosa tinha maior taxa de letalidade, muitas vezes associada a quadros de pobreza.

Ela explica que o Lepac possui convênio com a 15ª Regional de Saúde do Paraná e realiza exames regulares para os 30 municípios que compõem o órgão.

A supervisora técnica do Lepac, Cristiane Maria Colli, diz que o diagnóstico é realizado por Teste Rápido Molecular (TRM), que detecta o DNA da bactéria causadora da doença, com resultado em aproximadamente duas horas. O exame é realizado pelo equipamento GeneXpert, cedido pelo Ministério da Saúde em 2018. “Desde então já realizamos 4.206 testes, com cerca de 10% de diagnósticos positivos”, afirma.

Sobre a tuberculose - É uma doença bacteriana, causada principalmente pelo Mycobacterium tuberculosis, ou bacilo de Koch, nome dado em homenagem ao cientista que descobriu o agente causador da enfermidade, Robert Koch. Altamente infecciosa, a tuberculose atinge principalmente os pulmões, podendo espalhar-se para os rins, ossos e olhos, por exemplo.

O principal sintoma é o tossir persistente, mais também são comuns febre ao entardecer, suor noturno, emagrecimento, cansaço e fadiga. A transmissão ocorre principalmente pela tosse, fala e espirros de pessoas doentes. O tratamento envolve o uso de antibióticos por períodos de seis a nove meses e a principal forma de prevenção é a vacina BCG.

Vale destacar que a bactéria causadora da tuberculose pode adquirir resistência aos antibióticos tradicionalmente utilizados, o que requer adaptações no tratamento, como o uso de injetáveis.

O Lepac conta com um equipamento, conhecido por MGIT, que permite realizar a cultura automatizada das amostras clínicas de pacientes e identificar se a bactéria possui resistência aos antibióticos.

Muitas pessoas podem estar infectadas com a bactéria sem manifestar os sintomas da doença, esse quadro é chamado de tuberculose infecção. Essas pessoas podem, eventualmente, desenvolver a tuberculose ativa, o que torna importante diagnosticá-la ainda no estado latente, segundo a coordenadora do Lepac.

O laboratório recebeu, recentemente, do Ministério da Saúde, reagentes para a realização do exame IGRA, teste feito a partir do sangue do paciente. Dependendo da resposta imunológica, a análise é capaz de diagnosticar a tuberculose infecção.

Conscientização - Regiane Scodro e Cristiane Colli enfatizam que um dos maiores desafios no combate à tuberculose é o abandono do tratamento. Segundo elas, é comum que os pacientes apresentem melhora nos sintomas durante o primeiro mês de medicação, o que leva a interrupção do tratamento antes da conclusão. “As pesquisadoras apontam que isto é extremamente prejudicial para o paciente, pois aumenta as chances de as bactérias adquirirem resistência aos medicamentos, reduzindo as chances de cura”, alertam.

Aproveitando o Dia Internacional de Luta Contra a Tuberculose, nas próximas duas semanas, acadêmicos integrantes de projetos de extensão aprovados pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti/PR) e coordenados por professores ligados ao Lepac, realizarão atividades em locais públicos, como por exemplo: o Parque do Ingá e a Feira do Produtor, em Maringá, dialogando com a população sobre os riscos, prevenção e tratamento da tuberculose.

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Ação realizada ontem (23) na Feira do Produtor