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O Hospital Universitário foi a primeira instituição do sul do país a fazer esse tipo de procedimento

Uma equipe formada por médicos, residentes e estudantes de Medicina iniciaram a implantação do projeto de serviço de Autópsia Minimamente Invasiva no Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM) em pacientes vitimados pela Covid-19. Nesta técnica não é necessário a abertura do corpo, pois é possível a coleta de tecidos dos órgãos-alvos por meio de pequenas incisões na pele com uma agulha de punção. Ao todo foram realizados 48 procedimentos.

“Essa é uma modalidade de autópsia que possibilita a oportunidade de estudar com detalhes e analisar as alterações de uma doença, como a Covid-19, que levou e leva milhares de pacientes a morte. Ela também possibilita entender o óbito por diagnósticos que não foram muito bem esclarecidos em vida”, explica Ana Gabriela Strang, uma das médicas responsáveis pela iniciativa.

Para a implantação deste serviço, a médica conta que participou de um treinamento com uma equipe do professor Paulo Saldiva, da Universidade de São Paulo (USP) especializada e referência neste tipo de procedimento. Ela destaca que a modalidade já possui protocolos validados de eficiência semelhante a autópsia convencional. No HUM todos os procedimentos foram realizados com o consentimento dos familiares.

Ana Gabriela destaca que a iniciativa faz parte de um projeto de pesquisa e os resultados serão publicados em meados deste ano. “Há poucas publicações feitas com essa técnica em pacientes com Covid-19. Os procedimentos foram realizados antes do período de vacinação e neste momento ninguém estava fazendo isso no sul do Brasil. É um marco para nossa faculdade de medicina. Além do ensino da graduação e pós-graduação poderemos também ensinar esta técnica para outras instituições, podemos, com os investimentos adequados, nos tornar um centro de ensino e referência regional”.

O controle de qualidade das amostras coletadas foi feito no laboratório de patologia básica da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e confirmado pelo grupo de São Paulo. Este material pode ser usado para muitos estudos durante vários anos, aumentando o conhecimento sobre a evolução e como a doença se desenvolve. “Isso melhora a assistência ao paciente, pois ajuda na proposição, fundamentada, de novos tratamentos”, afirma a médica.