2021 10 06 Projeto SEDA Assinaturas

Sete trabalhos voltados à sustentabilidade, equidade de gênero e valor agregado, receberam total de 144 mil euros

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Na manhã desta quarta-feira (6), sete associações sericultoras brasileiras (seis paranaenses) que fazem parte do Projeto Seda, desenvolvido em parceria com o grupo de pesquisa na área de aplicação da biologia celular, molecular, genética e melhoramento da criação do bicho-da-seda (Bombyx mori), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), assinaram convênio com o Fundo de Apoio à Sericultura.

Por meio deste fundo, as associações receberam premiações que totalizam 144 mil euros, com a finalidade de promover a cultura em regiões potenciais, a igualdade de gênero, em especial para os projetos que trabalham a inclusão social de mulheres e portadores de deficiências, com impacto sobre a economia e a sociedade do estado e do país. “Somente com publicações de alto nível e atividades produtivas estaremos estabelecendo patamares relevantes à nossa nação de desenvolvimento científico e social”, afirma Maria Aparecida Fernandez, coordenadora do projeto no Brasil.

O vice-reitor da UEM, Ricardo Dias Silva, compartilha da mesma opinião. Para ele a universidade desenvolve um papel importante no Projeto Seda promovendo o desenvolvimento social ancorado ao sustentável. “Esse trabalho tem grande amplitude que possibilita trazer os produtores mais próximos à universidade e oferecer os benefícios das pesquisas e desenvolvimentos científicos na produção, fundamental para que o estado do Paraná se desenvolva”, explica Dias Silva.

 

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Francisco Gildo Marchini faz parte da Associação de Pequenos Produtores para um Futuro Melhor, que assite cerca de 10 famílias produtoras de seda

 

A Associação de Pequenos Produtores para um Futuro Melhor, da cidade de Tupinambá, no Paraná, foi uma das beneficiadas com a aprovação do projeto “Centro de treinamento para a melhor sericicultura do futuro”.

Francisco Gildo Marchini é representante desta associação e segundo ele o recurso será aplicado para expandir a produção por meio do artesanato. “O dinheiro irá ajudar a agregar valor ao produto aumentando a renda dos produtores por meio da utilização do artesanato com o aproveitamento dos casulos de segunda qualidade, que possuem baixo valor comercial. Isso irá nos possibilitar a ter um ganho maior”, explica Marchini.

Participaram do evento de assinatura de convênio os representantes dos produtores premiados; Ricardo Dias Silva, vice-reitor da UEM; Maria Fernandez, coordenadora no Brasil do Projeto Seda; Alessandra Silva, coordenadora dos Projetos premiados dos sericicultores no Projeto Seda; Luiz Cézar Kawano, coordenador da Unidade Gestora do Fundo Paraná (UGF), representando Aldo Nelson Bona, Superintendente da Superintendência Geral  de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado do Paraná (Seti); Oswaldo da Silva Pádua, gerente da Câmara Técnica do Complexo da Seda do estado do Paraná; Patricia Marino, coordenadora geral do Projeto Seda/ Instituto Nacional de Tecnologia Industrial (Inti) Buenos Aires Argentina; Leticia Casañ Jensen, coordenadora do Programa Adelante 2- União Europeia/Bruxelas/Bélgica; María Fernanda Becce, gerente de relações institucionais e comunicação,  representando o diretor do Inti, Rubén Alberto Geneyro Rubén; e Norberto Ortigara, secretário da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná (Seab).

 

Projeto Seda 

 

Mantido com recursos da União Europeia, o Projeto Seda está inserido no Programa de Cooperação Triangular denominado Adelante, que busca promover relações horizontais entre os países da América Latina, Caribe e Europa.

O Projeto é formado por grupos de pesquisas do Brasil, Argentina, Colômbia, México, Equador e Cuba, assim como integrantes de apoio para o seu desenvolvimento em instituições da Itália e Portugal, e busca a melhoria da capacidade técnica e produtiva da sericicultura entre os grupos da América Latina e Caribe.

Ele tem a coordenação geral de Patrícia Marino, do Instituto Nacional de Tecnologia Industrial (Inti) da Argentina, e visa potencializar o intercâmbio de conhecimentos, além de aproveitar a capacidade de todos os seus parceiros para oferecer soluções que visem o desenvolvimento sustentável.

 

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UEM integra o Projeto Seda desde 2016

 

No Brasil, o grupo é formado por pesquisadores da UEM que integram o projeto desde 2016, sendo que iniciou os estudos de melhoramento genético do bicho-da-seda em 2003, com apoio do governo do estado do Paraná, Fundação Araucária, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Essa iniciativa tem como objetivo a análise de expressão de genes que possibilitem prevenir doenças que afetam a criação do bicho-da-seda, assim como a melhora da produtividade de casulos e apoio aos sericicultores do Paraná, principal produtor do Brasil de casulos de qualidade.

O grupo da UEM é constituído por professores que trabalham na área de genética molecular; melhoramento da produtividade sericícola; genética; química, biofísica e bioquímica. Além destes pesquisadores, o auxílio também vem por parte de docentes associados da Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste), que atuam na área de microbiologia e morfologia; da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), na área microbiologia; e da Universidade de Oxford, Inglaterra, na área de bioquímica.

 

Projetos beneficiados 

 

1-    Treinamento de atualização tecnológica na sericicultura - Associação Brasileira da Seda - Abraseda, Londrina/PR;

2-    Fios do bem - Associação de pais e amigos de Bastos (Apae), Bastos/SP;

3-    Energia limpa e sustentável para os produtores da sericultura do Município de Araruna - Associação de Sericicultores de Araruna/PR;

4-    Mãos que criam na Seda: arteterapia e design têxtil na inclusão social - Associação Flávia Cristina, Londrina/PR;

5-    Aquisição de 23 roçadeiras hidráulicas e evento técnico - Associação dos Sericicultores do Município de Cândido de Abreu/PR;

6-    Aquisição de produtos agrícolas e florestais - Associação de Sericicultura Ivaté/PR;

7-    Centro de treinamento para a melhor sericicultura do futuro - Associação de Agricultores de Tupinambá/PR.