Professoras debatem os impactos da adoção de competências socioemocionais na Política Nacional de Alfabetização
A pesquisa é desenvolvida pela professora Marli Delmonico de Araújo Futata, do Departamento de Pedagogia (DPD) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Campus Regional de Cianorte, juntamente com as professoras doutorandas Jane Rigoldi dos Santos e Juliana Piovesan Vieira, dos programas de pós-graduação em Educação e Psicologia, respectivamente.Os estudos são vinculados ao Grupo de Estudos e Pesquisas sobre História da Educação e do Ensino de Leitura e Escrita (GEPHEELE), em parceria com o Grupo de Estudos e Pesquisa em Políticas Educacionais (GPPGE), do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPE) da UEM.
Tendo como foco documentos da Base Nacional Curricular (BNCC) e do programa Alfabetização 360º, do Instituto Ayrton Senna, a pesquisa problematiza como a inclusão do “desenvolvimento de competências socioemocionais” na Política Nacional de Alfabetização (PNA), aprovada em 2019, contribui para um processo de precarização da educação básica, em especial para o processo de alfabetização.
As competências socioemocionais compreendem características individuais como empatia, tolerância à frustração, solidariedade e abertura para o novo. De acordo com as pesquisadoras, pautar esses fatores como prioritários para o ensino de crianças em idade de alfabetização coloca em detrimento o ensino de capacidades como o desenvolvimento de pensamento crítico acerca da realidade.
As professoras destacam que um ensino pautado por esses princípios tende a individualizar as causas dos fenômenos sociais, formando indivíduos conformados com a realidade e impedindo que a educação seja um veículo de transformação social.
Os resultados da pesquisa foram recentemente publicados em artigo pela Revista Brasileira de Política e Administração da Educação (RBPAE). Para acessar o artigo completo, clique aqui.