CAPA

Este é o segundo tema do evento, que terá mais uma discussão no dia 15 de junho

“A Educação Social e Crianças e Adolescentes em Situação de Rua no Brasil”, foi o tema do segundo encontro do “Ciclo de Debates: Educação, Educação Social e Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes”, promovido pelo Programa Multidisciplinar de Estudo, Pesquisa e Defesa da Criança e do Adolescente, da Universidade Estadual de Maringá (PCA/UEM). A atividades ocorreu na última terça-feira (18), de forma remota.

O encontro contou com a presença das educadoras sociais, a professora aposentada da UEM e membro do PCA, Verônica Regina Muller, e a professora do Departamento de Linguagens, Cultura e Educação, da Universidade Federal do Espírito Santo, Jacyara Silva de Paiva.

MEU CLOWN

Depois de um gracioso ato de abertura, promovido pelo Grupo Meu Clown, a professora Jacyara trouxe a fala de Paulo Freire, para elucidar o peso de nossa responsabilidade com a educação social. “Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”, parafraseou a professora.

Jacyara também apresentou um histórico da trajetória da educação social no Brasil, que emergiu como forma de intervenção educativa. Segundo ela, por aqui, as necessidades e os problemas sociais ligados às crianças e aos adolescentes se avolumaram na década de 70/80, na época da ditadura militar. “Quando a desigualdade social e racial se aprofunda, os primeiros a sofrerem, e que mais sofrem, são crianças e adolescentes”, relatou Jacyara.

PCA - A professora Verônica Muller contou sobre sua experiência com crianças e adolescentes em situação de rua e sobre como percebeu que a ética é um fio condutor que une os atores envolvidos no tema. “O que é certo fazer, é a gente se escutar, é a gente se juntar, porque, quem tem algo em comum, que é ética da luta pela justiça social, pode se juntar”.

JACIRA PCA

Verônica também defendeu a escuta ativa de pessoas em situação de rua. “Essas pessoas, bem como aquelas com trajetória de rua, devem participar ativamente dos processos decisórios de planejamento, execução, monitoramento e avaliação de ações voltadas para o seu atendimento”. Com isso, a educadora defendeu a regulamentação do educador social no Brasil com a obrigatoriedade da formação no ensino superior, “já que esse é um trabalho complexo e exige estudo e experiência, para garantir que as legislações e os direitos de crianças e adolescentes sejam cumpridos e, também, para valorizar a profissão e o conhecimento do educador social”.

O segundo evento on-line do Ciclo do PCA contou com mais de cinquenta participantes. O último debate está marcado para o dia 15 de junho com a temática “Formação do/a Educador/a Social”.  Inscrições podem ser realizadas por e-mail: sec-pca@uem.br.

Texto produzido em colaboração com o estagiário da PEC/PCA, Rafael Assunção, aluno do curso de Comunicação e Multimeios da UEM.