Inspeção Remota com Agricultora Elaine Aparecida da Comunidade Quilombola na Regiao Guaraquecaba

Financiado pela Seti, Programa vem dando suporte técnico ao campo, há 11 anos

Por conta da pandemia da Covid-19, o isolamento social foi colocado em prática como a forma mais segura de não propagar o novo coronavírus. Esse fato levou o Programa Paraná Mais Orgânico (PMO), que tem a participação da Universidade Estadual de Maringá (UEM), a adotar novas práticas para garantir o atendimento de produtores rurais da região com ações on-line (foto acima). No balanço da atuação da equipe da UEM, durante a pandemia, a equipe do Programa realizou 180 auditorias de certificação de produtores orgânicos.

O Programa Paraná Mais Orgânico foi criado em 2009 e, naquele momento, ficou conhecido por Programa Paranaense de Certificação de Produtos Orgânicos (PPCPO). Mas, desde 2018, teve seu nome alterado para Programa Paraná Mais Orgânico. A iniciativa é apoiada pelo governo do Paraná, por meio da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), em parceria com sete Instituições de Ensino Superior (IES): Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e a UEM. Junta a esse grupo o Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA) e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).

Inspeção presencial

Inspeção presencial controlada

Pensando nos impactos ambientais, na sustentabilidade e nos malefícios à saúde causados pelos produtos cultivados com agrotóxicos e fertilizantes, o PMO, de acordo com a Seti, é dedicado “à orientação a agricultores familiares interessados em produzir alimentos de maneira orgânica. Os produtores aprendem a converter suas lavouras tradicionais para o modelo orgânico: livres de agrotóxicos, de sementes transgênicas e de outras substâncias tóxicas ou sintéticas, dentro das normas da legislação brasileira para produtos e sistemas de produção orgânica. As orientações são dadas pelos profissionais dos Núcleos de Certificação Orgânica sediados nas sete universidades estaduais e no CPRA. O programa atua também na viabilização da certificação daqueles que já seguem as técnicas de manejo orgânico”.

Novo modelo – Segundo o professor do Departamento de Agronomia (DAG/UEM) e coordenador do Programa na Univerisidade, Ednaldo Michellon, a pandemia impossibilitou uma das atividades mais importantes realizadas pelo grupo: a visita e acompanhamento presencial das propriedades produtoras de alimentos orgânicos. “Em um momento tão crítico, foi necessária a interrupção presencial das atividades realizadas pelos bolsistas do PMO. Por causa disso, os profissionais envolvidos propuseram a reformulação do modelo do que chamamos de Assistência Técnica e Extensão Rural, que tem a sigla Ater, desenvolvida até o momento. Foi criada a Aterol, junção da sigla Ater mais as iniciais do termo On-Line, demonstrando o caráter remoto que passamos a dar às atividades”, explicou Michellon.

Assim, nos últimos meses, a atuação do PMO tem sido diferenciada. Foi adotada uma metodologia de trabalho que não expõe os profissionais e nem os agricultores a riscos, atendendo à recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) a respeito do distanciamento social. Neste novo modelo, são empregadas ferramentas e plataformas disponíveis na internet, como, por exemplo, aplicativos de mensagens instantâneas e chamadas de voz e vídeo.

live michellon e convidado

Live coordenada pelo professor Michellon, acima, na foto

“Dentro da dinâmica de trabalho desenvolvida pela Aterol, os bolsistas têm realizado diagnósticos precisos dos entraves existentes nas unidades produtivas, assim como conseguem enviar recomendações assertivas que possam dar continuidade a processos iniciados antes mesmo da pandemia. Os bolsistas têm realizado, também, inspeções para verificação da conformidade orgânica de maneira remota, elaboração e desenvolvimento de lives e palestras com assuntos pertinentes aos agricultores, com grande participação deles, e ainda oferecem auxílio na criação de novos canais de comercialização, como as vendas on-line”, acrescentou o professor Michellon.

O PMO opera com mais de 50 profissionais. A quarta fase, iniciada em 1 de julho de 2018, tem previsão de encerramento em dezembro de 2020. Neste último ano, segundo Michellon, o grupo realizou visitas a propriedades, acompanhamentos,  estudos de caso, cinco propriedades foram certificadas e ocorreram, ainda, 180 auditorias de certificação de produtores orgânicos.

“Mesmo diante de um contexto incerto, proporcionado pela pandemia, o PMO conseguiu dar continuidade ao seu trabalho, trazendo benefícios aos produtores atendidos e, consequentemente, aos consumidores, que podem aproveitar esses resultados positivos na forma de uma alimentação mais saudável. Para isso, a equipe utilizou ferramentas tecnológicas, juntamente aos esforços dos bolsistas, coordenadores e núcleos ligados ao Programa. Parabéns a todos”, comemorou o professor .

Serviço

Para saber mais sobre a produção de produtos orgânicos durante o período de pandemia, acesse os trabalhos: “Auditorias de certificação de produtos orgânicos durante a pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV2)”; "Resiliência de uma unidade de produção orgânica em Xambrê-PR durante a pandemia do Covid-19”; “Indicadores do Paraná Mais Orgânico – PMO” e “ATEROL e o Paraná Mais Orgânico: Alternativas para Atender a Agricultura Familiar em Tempos de Pandemia”. Todos apresentados no 3º Encontro Anual de Extensão Universitária da UEM - EAEX 2020. Os textos são de autoria de Amanda Ferreira Correia; Priscila Jorge Araujo; George Lucas Máximo Ferreira; Andressa Alves Barbosa Wellington Fernandes Pereira; e do professor Ednaldo Michellon.