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UEM contribui na formação de profissionais responsáveis pelo desenvolvimento intelectual e social do país

A Universidade Estadual de Maringá (UEM), por meio do ensino, pesquisa e extensão, tem um papel muito importante na formação de docentes, tanto nos cursos de licenciaturas quanto na pós-graduação.

Além de ter professores altamente capacitados (dos 1012 professores efetivos e 580 temporários, 1244 são doutores, 308 mestres e 40 especialistas), a universidade também conta com o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e a Residência Pedagógica (RP), vinculados à Pró-Reitoria de Ensino (PEN), e o Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Pedagogia Parfor), somando mais de 700 bolsas aos graduandos, permitindo o aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para a educação básica.

Desde o ano de 1969, quando formou a 1ª turma do curso, já extinto, de Ciências em Primeiro Grau, a UEM vem contribuindo significativamente para com a sociedade, tendo formado até o presente ano 33.663 docentes nos seus cursos de licenciaturas e, 15.410 especialistas, 8.683 mestres e 2.545 doutores, nos cursos de pós-graduação.

Para o reitor da UEM, Julio Damascemo, ser professor é uma grande responsabilidade, pois, tem uma participação significativa na formação de pessoas e influência em suas vidas. “É uma responsabilidade social enorme, afinal de contas a sociedade deposita na escola e na universidade toda uma expectativa de construções. Essa sociedade se reinventa a cada momento e o professor necessita ter uma dinâmica, sempre buscando novo saberes, debatendo sobre diversos assuntos, revisitando a história e projetando o futuro.”

 

Ousei ensinar

Marta Lucia Croce, professora do Departamento de Fundamentos da Educação (DFE), é pedagoga, especialista em alfabetização e produção de textos, especialista em uma educação para o pensar, mestre em educação, doutora em educação e pós-doutoranda em educação.

Atuou como professora na educação infantil; alfabetizadora no ensino fundamental e na disciplina de Filosofia para crianças e jovens no ensino fundamental e ensino médio. Foi coordenadora pedagógica e diretora de escola.

Desde 2001 é professora universitária junto ao curso de pedagogia e desde 2015, também, no curso de Pedagogia-Parfor. Sincronicamente, realiza pesquisas em políticas educacionais e gestão escolar; tecnologias em educação; história da educação e pedagogias decoloniais.

Segundo Croce, para ser professora na formação de professores é necessário aprender, ensinar, reaprender sem jamais separar o cognitivo do emocional, porque o ato de ensinar é um ato de amor. “Para aprender e ensinar é preciso ser ousado. Ousar assumir a profissionalidade docente, sem perder a condição de guiar para a vida. Isto não quer dizer assumir o papel de familiar dos educandos, pelo contrário. Significa professar os ensinamentos necessários ao crescimento e amadurecimento integral deles, sejam crianças, jovens ou adultos”, afirma. 

Ser professora foi um sonho acalentado desde os seus sete anos. No primeiro ano do curso primário o conhecimento e a doçura da sua primeira professora foram fundamentais para a escolha. Com ela, Croce aprendeu que a vida é muito mais do que saber ler e contar. “Soube, bem cedo, que o cotidiano, as pequenas coisas, o que está em nosso mundo particular, familiar e escolar precisa ser observado, desvelado e questionado. Qual o melhor jeito de compreender o mundo? Qual a melhor maneira de resolver um problema do cotidiano? Naquele tempo, 1961, minha professora ensinou-me que todos os dias, em todos os lugares estamos aprendendo”. 

marta croce

Ser professora foi um desejo despertado por admiriação pela primeira professora, aos sete anos.

Croce conta que, realizar o seu sonho foi difícil, mas ousou enfrentar todos os obstáculos, as dificuldades e hoje, é professora há trinta e seis anos. “Parece que foi ontem que comecei a lecionar em um jardim de infância. Passei por todas as séries, escolas públicas e particulares, cargos administrativos e pedagógicos. Ousei Ensinar”, conta orgulhosa. 

Desde 2001 sua ousadia foi ainda maior. Ousou formar professores, atuando em dois cursos de Pedagogia. “Hoje posso afirmar que sei o significado do que é aprender ensinando. Não só formei profissionais da educação, como ganhei amigas e amigos para a vida toda. Troquei saberes científicos e sabedoria de vida. Como professora procuro transmitir aos estudantes da Pedagogia a lição de Paulo Freire sobre o ato de ensinar, a ousadia em escolher a profissão mais importante que há, a que possui maior significado na vida de um outro ser humano”.

 O que mais a motiva é ver os olhos brilhantes de suas alunas e alunos ao contarem suas experiências de estágio nas escolas. “Encontro sabedoria nas palavras das professoras, alunas da Pedagogia-Parfor, ao relatarem seu cotidiano, seus desafios e suas conquistas na educação pública municipal”.

 E para concluir a entrevista, a pedagoga cita Paulo Freire (1997): “A tarefa de ensinar é uma tarefa profissional que, no entanto, exige amorosidade, criatividade, competência científica, mas recusa a estreiteza cientificista, que exige a capacidade de brigar pela liberdade sem a qual a própria tarefa fenece”.

 

Como surgiu o dia do professor

No dia 15 de outubro de 1827 foi instituído, pelo então imperador do país, Pedro I, a criação do Ensino Elementar no Brasil, por meio de Decreto Imperial que previa que todas as cidades, vilas e vilarejos deveriam ter escolas de primeiras letras. Além do mais, o decreto tratava de assuntos como o salário dos professores, matérias lecionadas e processo de contratação dos professores.

A data foi escolhida também por ser o dia de Santa Tereza D’Ávila, uma freira Carmelita considerada uma grande educadora. Hoje, a data homenageia os professores, profissionais que trabalham desde a educação infantil até o ensino superior, responsáveis pela formação de crianças, jovens e adultos e, sobretudo, pelo desenvolvimento do país.