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A iniciativa reúne profissionais de diferentes áreas para dar mais qualidade de vida aos pequenos pacientes. (Foto tirada antes da pandemia)

Com pouco mais de 1 ano de existência, o Educação em Diabetes, um projeto de ensino interprofissional da Universidade Estadual de Maringá (UEM), já atendeu mais de 50 crianças diagnosticadas com a doença no Ambulatório de Especialidades do Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM).

A endocrinologista pediátrica e coordenadora do projeto, Adriana Balancieri, conta que o Diabetes tipo 1 tem crescido no Brasil e a iniciativa surgiu da necessidade das crianças e seus familiares em entender melhor a doença. Além disso, para se atingir um resultado terapêutico cada vez melhor era preciso a participação de uma equipe multiprofissional.  “Convidei pessoas da área de enfermagem, nutrição, psicologia, educação física e assistente social, além da participação de alunos. Fazemos a abordagem em conjunto, cada um oferece informação e cuidado na sua especialidade. Quando se descobre o diabetes é preciso mudar os hábitos de vida, optar por uma alimentação saudável e aprender uma série de cuidados, como a aplicação da insulina em forma de injeção”.

Adriana ressalta que devido à pandemia, para se evitar aglomeração no hospital, o atendimento as crianças estão sendo feitos de forma restrita, de modo individual e para os casos internados. Ela destaca também que ao longo desse período de atuação os pacientes aceitaram muito bem o projeto. “A aderência ao tratamento foi muito mais suave e tranquila. Muitas informações foram fixadas de maneira melhor e atingimos metas para que eles não tenham complicações maiores no futuro”.

Kit Lúdico

As crianças atendidas pelo projeto ganham de presente da equipe bonecos produzidos pelo grupo de voluntárias Abraço Quentinho, que atua no HUM, além de um caderno de anotações, para serem registrados os valores das glicemias e as doses de insulina. Todo esse material de apoio tem cunho educativo e torna o entendimento do tratamento muito mais fácil e divertido. “É algo inovador, motivador e humanizador. Os resultados são fantásticos, é lindo ver os olhos das crianças brilharem quando explicamos o diabetes utilizando o boneco educativo. Eles entendem o que estão passando e o que precisam fazer para se cuidar”, ressalta Adriana.

Os bonecos, foram chamados de Beto e Bete, e contém uma mochila com elementos que enfatizam os cinco passos de tratamento: caneta de insulina (medicação), uma banana (alimentação saudável), bola (atividade física), aparelho de verificação da glicemia e uma caderneta de anotação, que são essenciais para a monitorização glicêmica e educação em diabetes. Além disso, no corpinho destes bonecos, há demarcações dos locais de aplicação, facilitando o entendimento da família.

A endocrinologista também destaca que observou no dia a dia uma melhora no seguimento do tratamento, devido uma maior compreensão da doença. “Esse é nosso objetivo. O diabetes precisa ter uma educação continuada. Isso traz uma clareza para a família e os resultados estão começando a aparecer com a melhora do tratamento das crianças”.

A professora Adriana destaca que é muito gratificante o desenvolvimento desse trabalho e que há grande motivação da equipe envolvida na realização deste projeto. “Eu acredito que eu e todos os envolvidos estamos contribuindo e fazendo um diferencial na vida desses pacientes. Dando um pouco mais de lucidez e informações sobre essa doença contribuindo para que eles tenham uma vida mais saudável, com menos complicações e muito mais qualidade”.