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Recomendações podem ajudar pais e professores em tempos de pandemia

Em tempos de discussões nacionais sobre a volta às aulas, é sempre bom lembrar que é preciso pensar nas atitudes dos professores e profissionais da educação diante da eminência de se retornar ao trabalho presencial nas escolas. Por isso, a professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Débora de Mello Gonçales Sant’ Ana, organizou algumas informações sobre esse tema.

A docente da UEM, que é pró-reitora de Extensão e Cultura, sistematizou uma conversa sobre os cuidados na volta às aulas para a Secretaria de Educação de Maringá. Por conta dos muitos mitos acerca do novo coronavírus,  a professora foi convidada a tirar dúvidas, dividir conhecimentos e falar sobre a melhor maneira de prevenção da infecção, quando, futuramente, o retorno das aulas for possível. O convite veio da secretária de Educação, Gisele Colombari Gomes.

A professora Débora, que participa do comitê da UEM sobre o coronavírus, junto com outros profissionais da área da saúde, e do Grupo de Estudos em Evidências Científicas em Covid-19, enfatizou que objetivo é trazer informações como fonte de esperança, sem esquecer da gravidade da situação, mostrando a melhor forma das pessoas se protegerem e aos outros, salvando vidas.

ilustracao do virus covid

Segundo Débora, é preciso lembrar que este vírus é chamado de novo coronavírus (ilustração acima), porque outros tipos de coronavírus já haviam surgido anos atrás. Por conta de mutações, ocorreu o surgimento desse novo tipo, chamado SARS-CoV-2 (Síndrome Respiratória Aguda Grave 2; em inglês: Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavírus 2). Ele provoca a doença Covid-19, que se espalha com rapidez, afetando um número enorme de pessoas em todo mundo, “configurando uma pandemia, porque atinge mais de uma região do globo, como está sendo o cenário do novo coronavírus, presente no planeta todo. E, por falta de preparo nosso, o mundo enfrenta uma situação como essa, nos vemos todos correndo atrás dos prejuízos físicos, emocionais, financeiros, entre outros”, destaca a professora. 

A farmacêutica de formação ainda conta que não faz parte do conhecimento atual sobre o vírus quais são os tratamentos adequados, quando será atingida a curva máxima de contágio e quais são todas as formas de transmissão. Aponta que o coronavírus não foi fabricado em laboratório, pois, de acordo com estudos realizados, ele é muito parecido com os “primos” dele. O que se sabe, segundo Débora, é que o vírus pode ser transmitido através de contato com pessoas que estão com a doença, mesmo estando assintomáticas, por meio de gotículas expelidas no ar e, também, que ele pode estar presente na superfície de objetos, por um determinado tempo. Por isso, a transmissão pode ser amenizada e evitada a partir de medidas como: distanciamento social, uso de máscaras, higienização das mãos, dos objetos e de superfícies, com uso de álcool líquido, ou álcool em gel, 70%, e água e sabão. “Também é essencial não colocar as mãos sujas na boca, orelha, nariz, olhos e genitais, ou seja, o vírus não entra na pele, mas pode cair na corrente sanguínea, através do contato com as mucosas finas”, explica Débora Sant’Ana. 

O ambiente escolar - De acordo com o panorama mundial, as crianças também podem contrair o vírus, apesar de apresentarem casos menos graves. Mas a escola é um lugar com um potencial grande de transmissão desta doença ainda desconhecida, pois há a aglomeração de muitas pessoas, principalmente, de crianças, que têm a tendência de se cuidar menos em relação aos contatos, além de ser mais difícil manter uma criança com máscara.

“Enfim, é difícil lidar com algo invisível, que não enxergamos a olho nu. Por enquanto, precisamos de medidas mais extremas para evitar o contágio, especialmente, nas escolas. É comprovado também que o vírus pode ser eliminado pela urina e fezes dos infectados, por isso, a limpeza adequada de banheiros, especialmente os coletivos, também é importante, além de limpar as mãos sempre que for comer e após usar o transporte público. As comunidades científicas estão aprendendo os comportamentos do novo vírus, para que sejam desenvolvidas e testadas as vacinas e as medicações adequadas para seu tratamento. Mas isso ainda não é uma realidade. Desta forma, a prevenção passa por essas ações que eu citei”, disse a professora. Ela acrescentou que as medidas tomadas pelo Estado do Paraná, logo no início da chegada da pandemia aqui, foram fundamentais para o sistema de saúde aguentar a demanda de atendimento e ter leitos disponíveis nos hospitais. 

PALESTRA CEREBRO

A cientista ainda ressaltou que, além do consumo de informações científicas seguras, deixando de lado os ideais políticos, um dos fatores que contribuem para a prevenção da Covid-19 é manter uma imunidade adequada, por meio de uma alimentação saudável e balanceada, bom sono, prática de exercício físico e hidratação. Uma boa imunidade não significa que a pessoa não irá contrair o vírus, mas que o seu organismo, possivelmente, estará mais preparado para combatê-lo.

E mais, frisou Débora Sant’ Ana: “vamos diminuir o consumo de noticiários, pois esses passam a impressão de trazer todo dia informações repetidas, que podem afetar o emocional, causar pânico e ansiedade. Ao invés disso, vamos procurar consumir conteúdos mais leves, como filmes, livros ou conversas com pessoas de casa. Um fato importante também é trazer os fatos para a racionalidade, como perceber que o número de casos fatais é considerado baixo em relação à quantidade de pessoas que já contraíram o vírus e que, quando se está tomando os cuidados necessários, as chances de ser afetado diminui. É de extrema importância cuidar da saúde mental das crianças e dos adultos. Vamos conversar, nos distrair e passar informações positivas a todos: grandes e pequenos. Preservar a vida é essencial. O resto damos um jeito, tenhamos paciência, que isso vai passar”, conclui a professora.

 Serviço

Para conhecer mais um pouco sobre o impacto da pandemia na educação, a professora indicou o e-book “Escolas em quarentena: o vírus que nos levou para casa”, publicado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). O livro está disponível gratuitamente no link:  https://www.editoramadreperola.com/wp-content/uploads/2020/07/ebook_escolasemquarentena_.pdf.

A palestra que deu origem a essa matéria pode ser assistida no link: https://www.youtube.com/watch?v=cojw_JrZupU.

 

Matéria produzida em colaboração com a estagiária de Comunicação e Multimeios Milena Massako Ito.

Foto de abertura: <a href='https://br.freepik.com/fotos/vintage'>Vintage foto criado por tirachard - br.freepik.com</a>.