Laboratorios UEM- (1).jpg

Testes trazem esperança, mas ainda é muito cedo para saber se esses remédios serão realmente eficazes 

Apesar de as primeiras pesquisas serem muito promissoras e mostrarem que a hidroxicloroquina e cloroquina podem ser aliadas no tratamento contra o a Covid-19, os cientistas ainda não têm certeza quanto a diversos aspectos do uso do remédio.

Na quinta-feira (19), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota em que diz que apesar da evolução das pesquisas, “não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento da Covid-19. Portanto, não há recomendação da Anvisa, no momento, para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus.”

Para o professor Paulo Donadio, assessor de ensino pesquisa e extensão do Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM), “os artigos até agora publicados não nos dão segurança para o uso (dos medicamentos). Ainda não se tem a definição de em qual fase da doença podem/devem ser usados, sendo muito controverso. Temos que aguardar e até participarmos desse esforço para encontrar o tratamento mais adequado. Ideal será o possível desenvolvimento de uma vacina” explica.

Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenar, nessa quinta-feira (19), à agência de vigilância sanitária dos EUA a rapidez na liberação de remédios com esse potencial para tratar coronavírus, os medicamentos que contém em suas composições a hidroxicloroquina e a cloroquina, começaram a desaparecer das gôndolas das farmácias. “Considero uma insanidade essa procura desenfreada por esta droga, decorrente da manifestação do Trump, sem uma fundamentação científica robusta” conclui Donadio.

Os remédios usados por pacientes das pesquisas em questão, são receitados para artrite, lúpus e malária. Os especialistas são unânimes no alerta que a automedicação pode causar um problema ainda maior do que o próprio coronavírus.