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Evento é marcado por conferências, mesas-redondas, lançamentos de livros, atividades culturais e apresentações de trabalhos

A Universidade Estadual de Maringá (UEM) organizou e sediou, de 6 a 8 de novembro, o 3º Simpósio de Variação Linguística e Ensino (SIMVALE). Diversos pesquisadores e docentes puderam divulgar suas pesquisas e promover debates enriquecedores. Também foi oportunidade de a instituição receber Carlos Alberto Faraco, com pós-doutorado em Linguística pela Universidade da Califórnia. Ele é homenageado no evento e será o conferencista de encerramento – hoje (8), a partir das 19h30, no Auditório Walter Pelegrini do Bloco G-34 do câmpus sede.

Foram três dias com ampla programação: conferências, mesas-redondas, lançamentos de livros, atividades culturais e apresentações de trabalhos. E ainda houve o Pré-SIMVALE, nos dias 5 e 6, com duas palestras. Ontem (7), o professor aposentado Ataliba Teixeira de Castilho (Universidade Estadual de Campinas/Unicamp) foi um dos debatedores na mesa-redonda “Contribuições da descrição linguística para o ensino de línguas”, na qual também esteve a professora Vanderci de Andrade Aguilera, da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

 

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Mesa-redonda sobre “Pesquisas de variação em ensino”, realizada na tarde de hoje (8)

 

“Quando se descreve a língua contemporânea, muitas coisas são consideradas erradas pelo ensino da gramática tradicional; e não são erradas. Daí a importância desse evento”, considera Castilho. Com doutorado concluído pela Universidade de São Paulo (USP) em 1966, a larga experiência do convidado o permite afirmar que não é tão benéfico julgar o que é correto ou não, devido a contextos sociais como a migração do campo para a área urbana. “Hoje em dia, um professor de português fica mais preocupado em descrever a língua, até mesmo historiar-se, conforme o nível dos alunos, e mostrar como ela funciona. É mais rico e interessante!”.

Marilza de Oliveira, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, descreveu parte do livro “Formas de tratamento: cordialidade e cortesias paulistas”, de sua autoria e lançado neste ano. “Inserido na proposta de ensino com pesquisa, este livro reinterpreta os resultados de trabalhos de graduação e oferece ao leitor um painel das diferentes abordagens comunicativas nas interações sociais na cidade grande em que muitas vezes a rapidez no atendimento e a realização mecânica de ações dessublimam a gentileza nas relações interpessoais”.

Segundo Oliveira, o interesse foi de verificar qual é a contribuição da linguística para a sociologia. “Meu instrumental foi trabalhar com a família nuclear; a família ampliada, por exemplo com tio, avô; e a família estendida, que pode ter cachorro, vizinho, amigos. Propus questionário que foi aplicado em escolas da cidade de São Paulo, verificando como o aluno tratava pai, mãe, tio, tia, avô, avó, diretor e porteiro da escola, professor e a vizinha de casa”. Em colégios de classe A, por exemplo, todos são tratados por “você”, com exceção do porteiro, que é chamado de “senhor”. Para a classe média, o “senhor” é destinado ao avô. “As formas de tratamento ajudam a entender as relações sociais”, pontua a doutora.

 

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Roberto Gomes Camacho, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), foi conferencista de abertura

 

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Silvia Rodrigues Vieira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Pré-SIMVALE

 

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Carlos Alberto Faraco, homenageado no SIMVALE, recebe presente da professora Jacqueline Ortelan Maia Botassini