servidores 1Hoje é o Dia do Servidor e apesar da desvalorização, retirada de direitos e falta de reposição de quadro a profissão ainda é motivo de orgulho para muitos

O Dia do Servidor Público é comemorado em todo o Brasil em 28 de outubro, prestando uma justa homenagem ao profissional que trabalha nas mais variadas áreas do poder público, incluindo nas universidades estaduais e federais.

Na Universidade Estadual de Maringá (UEM) trabalham 3.957 profissionais, entre docentes e agentes universitários, somando-se estatutários, temporários e médicos residentes.

"São os diferentes serviços públicos prestados todos os dias que permitem que o poder público chegue até a vida de milhares de cidadãos e cidadãs", acena a professora Daniele Almeida Duarte, do Departamento de Psicologia da UEM.

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Daniele Duarte: "a carreira pública necessita ser valorizada e reconhecida pelo Estado, poder público e a própria sociedade"

Doutora em Psicologia e Sociedade, Daniele trabalha com temas envolvendo o trabalho na contemporaneidade, o processo de precarização das condições e relações de trabalho, as políticas públicas em saúde do trabalhador, entre outras.

Para ela, assim como servir bem o público é missão dos servidores e servidoras que atuam em diferentes lugares e exercem diversas funções, cuidar destes profissionais é desenvolver e aprimorar os serviços direcionados para o interesse coletivo.

Na visão dela, "a carreira pública necessita, no atual momento e cenário político-econômico, ser valorizada e reconhecida pelo Estado, poder público e a própria sociedade".

Este reconhecimento implica, segundo a professora, na abertura de novos concursos para repor o defasado quadro de pessoas, no investimento financeiro para a estruturação e manutenção de serviços de referência e qualidade para a população atendida, na qualificação e capacitação continuada dos profissionais e na reposição das perdas salariais.

Valorização

A falta de investimento e ações suficientes para dar condições de prestar serviços dignos é um aspecto que escapa aos olhos do poder público e da própria sociedade. No entanto, tal política pode ter reflexos na saúde do trabalhador.  

“Há um sofrimento e um processo de adoecimento de trabalhadores do serviço público que tem atingido níveis alarmantes, porém, ainda a serem melhores notificados, diagnosticados e compreendidos”, afirma a professora, destacando que a situação se manifesta em acidentes, morbidades e mortalidades a serem dimensionados no campo epidemiológico.

Para Daniele Duarte, a saída para o problema implicaria em  iniciativas do poder público para uma luta conjunta pela valorização, cuidado e reconhecimento do trabalho do servidor.

Fazer a diferença

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Zenilda Beltrame: " fundamental é fazer a diferença na vida das pessoas e isso depende da qualidade do trabalho do servidor público"

Zenilda Soares Beltrami ingressou na UEM há aproximadamente 44 anos e atualmente está lotada no Hospital Universitário. Para ela, ética, respeito e cordialidade são essenciais para aqueles que trabalham com o bem comum e para o bem comum. "O fundamental é fazer a diferença na vida das pessoas e isso depende da qualidade do trabalho do servidor público", afirma.

Entretanto, ela lamenta que na atual conjectura brasileira não haja muito a comemorar a não ser continuar a luta pela valorização do profissional. "O Dia do Servidor Público é uma boa data para refletir sobre o papel deste trabalhador na sociedade. O cenário atual, em que a escassez de recursos ameaça de forma aviltante a todos, os serviços de qualidade estão em risco", pondera.

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Silvestre Alczuk: orgulho da UEM e de fazer parte da história da instituição 

Silvestre Alczuk, economista de formação, está há quase 45 anos na UEM. Atualmente lotado na Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, Silvestre diz que sempre teve muito orgulho da UEM e que fazer parte da história da instituição em muito o engrandece. O fato de ser servidor público não o isentou de viver momentos de dificuldades profissionais ou financeiras.

“O vínculo com o serviço público absorve e impede que nos lancemos em outros projetos de ordem profissional. Muitas vezes, ao considerar essa possibilidade questionei se valeria a pena permanecer com o vínculo público”, confessa ele, afirmando não ter se arrependido de permanecer na UEM, colocando seu trabalho à serviço do bem comum.

Silvestre apenas lamenta que a profissão esteja desacreditada pela sociedade em geral, oportunizando aos governantes a retirada dos poucos benefícios que, de certa forma, pesam na escolha profissional.

Apesar das dificuldades, a UEM se destaca em muitas áreas, projetando o nome de Maringá e do Paraná em todo o Brasil e no exterior. Para o reitor Julio César Damasceno isto não se dá ao acaso. “É reflexo do excelente trabalho que nosso corpo docente e quadro técnico executa rotineiramente”, afirma o reitor. Ele também aproveita a data para parabenizar todos os servidores da instituição.