Faixa equipamento axial

Equipamento foi comprado com dinheiro de emenda parlamentar do deputado federal José Carlos Schiavinato (PP), ex-aluno do curso; veja as fotos da solenidade

O Laboratório de Mecânica dos Solos da Universidade Estadual de Maringá celebrou, nesta sexta-feira (27), a aquisição de um equipamento para ensaio triaxial em solos, com o qual o curso de Engenharia Civil vai efetuar os ensaios mecânicos para a determinação das propriedades mecânicas dos solos de maneira rápida, eficaz e precisa.

Ele foi comprado pelo Departamento de Engenharia Civil (DEC), com recursos de R$ 600 mil de uma emenda parlamentar do deputado federal José Carlos Schiavinato (PP), egresso do curso de engenharia civil da UEM.

Para viabilizar a compra deste equipamento, o DEC encaminhou, por meio da coordenadora do Laboratório, professora Nelci Helena Maia Gutierrez, a proposta de projeto para a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), em Curitiba.

O equipamento adquirido é de procedência italiana e faz parte do plano de reaparelhamento do Laboratório de Mecânica dos Solos/DEC da Universidade, que agora passa a se constituir em um dos laboratórios mais bem equipados para a obtenção de parâmetros de solos saturados e não saturados, utilizados em projetos geotécnicos de obras de engenharia civil, tais como fundações, estruturas de contenção (muros e cortinas), rodovias, aterros, barragens, túneis, entre outros.

O equipamento disponibilizado na UEM será utilizado para alavancar os projetos de pesquisa e o ensino de graduação e pós-graduação, bem como para colaborar com ensaios avançados por meio de projetos de prestação de serviços e/ou convênios e parcerias com instituições públicas ou privadas. 

Ao comemorar a conquista do equipamento, Nelci contou que a ideia do reaparelhamento surgiu de uma visita feita ao Laboratório, em 2017, por ex-alunos de Engenharia Civil da UEM, formados em 1977, entre eles o deputado e a própria coordenadora. 

"Hoje concretizamos um sonho de dois anos, em que houve a confraternização da turma", falou a coordenadora, relembrando que durante a visita Schiavinato se sensibilizou com a situação de vários blocos inacabados no câmpus sede e com a necessidade de reaparelhamento do Laboratório de Mecânica dos Solos/DEC.

Nelci recordou, ainda, da luta contra o tempo para elaborar e tramitar o projeto, em parceria com a Seti, visando a compra do equipamento. Para ela, a aquisição representa também uma grande conquista para o DEC, responsável pela formação de 80 profissionais por ano, contando ainda com dois programas de pós-graduação stricto sensu (mestrado), além de cursos de especialização, em que as pesquisas são fundamentais na formação e qualificação de profissionais para o mercado de trabalho. Tão essenciais hoje, na reestruturação e retomada do crescimento da engenharia civil no país.

A coordenadora destacou, ainda, a contribuição do Departamento de Engenharia Civil, principalmente no desenvolvimento local e regional, pela atuação dos profissionais engenheiros civis formados pela Instituição, muitos deles em posições de destaque no mercado nacional e internacional.

Quanto ao Laboratório de Mecânica dos Solos, segundo Nelci, tem sido uma referência em trabalhos de investigação de campo e laboratório, destacando-se em estudos de comportamento de solos, contribuindo significativamente no suporte técnico para implantação das principais obras da região.

Além de agradecer à todos que colaboraram, de forma direta e indireta para esta aquisição, a coordenadora técnico-científica do projeto registrou um agradecimento especial à Seti pela disponibilização dos recursos e ao deputado Schiavinato, que não só destinou a verba parlamentar à Seti, mas acompanhou a tramitação do projeto em todas as etapas, dando suporte necessário em Curitiba.

Contribuir mais

O diretor-adjunto do Centro de Tecnologia (CTC), Romel Dias Vanderlei, manifestou seu contentamento com a aquisição do equipamento, parabenizou a professora Nelci, que, segundo ele, desde a formatura vem trabalhando e se dedicando ao curso de Engenharia Civil, e fez também fez um agradecimento ao deputado Schiavinato.

Romel lamentou que vivemos um momento difícil no Brasil e que o recebimento da máquina para ensaios triaxiais em solos representava um privilégio. 

De acordo com o diretor-adjunto, a UEM tem mão-de-obra, capacidade e expertise para fazer pesquisa e oferecer benefícios à sociedade, mas se depara com a falta de recursos e equipamentos. Ainda segundo ele, com melhores condições de trabalho a instituição também poderia contribuir mais.

Laboratorio axial

Schiavinato contextualizou a época em que fez a graduação na UEM, recordando-se de uma realidade diferente, em que nos dias de chuva, por exemplo, havia muito atoleiros no câmpus sede. Os blocos eram pré moldados cobertos com folhas de zinco.

Referindo-se à visita ao Laboratório, com os colegas da turma de 1977, disse ter se sensibilizado como gestor público, pois, além de deputado havia sido prefeito de Toledo por oito anos, no oeste paranaense.

Embora o dinheiro para a compra tenha saído da emenda parlamentar da cota do deputado, ele atribuiu a conquista ao grupo de engenheiros formados na década de 1970. Schiavinato entregou uma placa ao Laboratório para manifestar o orgulho da turma de formados em poder retribuir ao curso um pouco do que receberam durante a graduação.

O vice-reitor da UEM, Ricardo Dias, destacou a importância do equipamento para que o ensino das engenharias continue sendo feito. Para ele, é sempre uma alegria receber egressos da instituição que está completando 50 anos em 2020.

Também falando da relidade da UEM na década de 1970, ele disse que a instituição hoje está consolidada, é uma das melhores do País, reconhecida internacionalmente, sempre com melhores avaliações nos rankings estrangeiros.

Se na década de 1970 a UEM tinha o papel de formação de quadros, atualmente ela possui o compromisso com a produção do conhecimento e com a qualificação do sistema de pesquisas, de acordo com Dias Silva.

Neste contexto, conforme ele, a Universidade Estadual de Maringá tem desempenhado o papel de produzir quadrados qualificados para atuar em outras instituições.

Ao ressaltar a excelência da UEM, o vice-reitor disse acreditar que ela deva passar, em pouco tempo, a um padrão internacional. Porém, há situações que, segundo Dias Silva, destroem a instituição, como a adoção da Desvinculação de Receitas de Estados e Municípios (Drem), normativa adotava pelo governo estadual para contingenciar 30% de verbas geradas pela própria universidade. 

Avanços e desafios

O vice-reitor assinalou que a instituição, com 70 cursos de graduação e 50 programas de pós-graduação, vem, em nível de administração central, por meio de um sério manejo de recursos, conseguindo avançar em alguns aspectos, entre eles a retomada do canteiro de obras.

Neste aspecto entram a inauguração do bloco didático do Câmpus Regional do Vale do Ivaí, em Ivaiporã; e a inaguração do refeitório no Câmpus Regional de Umuarama. Conforme o vice-reitor, até o final de 2019 devem ser entregues o novo bloco da Unati (Universidade Aberta à Terceira Idade) e do Centro de handebol e seguem em andamento as instalações do Biotério, a conclusão de mais 108 leitos do hospital universitário, dobrando a capacidade atual; o término do bloco da Oncopediatria, que permitirá o atendimento às crianças com câncer; e a finalização do novo espaço do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Medicamentos e Cosméticos (Lepac).

Dias Silva adiantou a possibilidade de ser reiniciada também a obra do Centro de Convenções, que vai pôr a cidade na rota do turismo de negócios em nível de Brasil.

Alertou para desafios como a aposentadoria de 300 servidores somente em 2019, sem a devida reposição, que têm levado apenas à contratação de professores temporários. Professores estes que não podem dar aulas para a pós-graduação.

Como forma de realçar a importância da UEM, Dias Silva informou ao deputado o fato de a Universidade já ter obtido 16 cartas patentes, todas descritas num catálogo lançado recentemente pela gestão. Por fim, anunciou que em 2020 a instituição deve lançar o Sistema Eletrônico de Informações (SEI) na gestão de processos e documentos eletrônicos, de forma a reduzir a burocracia, padronizar procedimentos, agilizar a tramitação de documentos e diminuir o uso de papel, uma vez que o novo sistema elimina o atual modelo físico de protocolo.

A cerimônia de entrega do equipamento também reuniu diversos alunos, servidores e professores do curso de Engenharia Civil, incluindo o chefe do DEC, Wilson Wesley Wutzow.