2019 05 24 Politicas e Direitos Humanos MG 0029 1

É o primeiro passo visando encaminhar ao COU, por meio de um comitê, as propostas apresentadas pela comunidade; veja fotos do encontro

A criação de uma ouvidoria específica para casos de violência, a vigilância constante no sentido de fazer aprovar as cotas raciais na instituição, a inserção da atenção à política de saúde mental e a melhoria da comunicação institucional para os estudantes foram algumas das sugestões apresentadas, hoje (24), pela comunidade interna visando à formulação da Política de Direitos Humanos na Universidade Estadual de Maringá.

O encontro ocorreu no período da manhã, no bloco I-12, e foi organizado pelo Comitê Provisório de Direitos Humanos, Promoção e Proteção de Grupos Vulneráveis e Garantia das Liberdades Individuais da UEM.

Presidido pelo professor Ailton Morelli (foto acima), do Departamento de História, o evento marcou a abertura da discussão envolvendo setores organizados ligados à causa, dando seqüência à aprovação das diretrizes para a elaboração desta Política, em dezembro de 2018, pelo Conselho Universitário (COU).

Ao abrir a reunião, Morelli lembrou que diversas universidades federais estão adiantadas neste processo, algumas já contando com assessorias específicas para tratar dos Direitos Humanos, entre elas a Federal da Paraíba (UFPB).

A maioria destes universidades federais ainda possuem ouvidorias específicas, direcionadas especialmente aos casos graves como os de racismo e denúncias de violência sexual, segundo o presidente do Comitê.

Para ele, é importante pensar na implementação de uma ouvidoria desta natureza na UEM. De acordo com o professor, embora a diretriz, baseada em lei, esteja aprovada, a política de Direitos Humanos pode ser ampliada com novas propostas.

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Uma das fundadoras do Núcleo de Estudos Interdisciplinares Afro-Brasileiro (Neiab) na UEM, a professora Marivânia de Araújo (foto acima) ressaltou a luta do órgão para que sejam implantadas as cotas raciais na instituição. 

Para ela, aprovar isso, quebrando a resistência ainda muito grande, representará um passo importante na política de Direitos Humanos, uma vez que a Universidade Estadual de Maringá é uma das poucas do Paraná desprovida deste tipo de cotas. Marivânia avalia que as cotas raciais irão permitir maior inclusão e ampliação do espaço democrático na Universidade.

A assistente social Helena Maria Ramos dos Santos (foto abaixo) entende ser necessário acrescentar na formatação desta política a atenção à política de saúde mental, devido à preocupação com o crescente caso de atendimento a alunos e servidores vítimas de ansiedade e outros transtornos.

Hel

Ela falou do episódio envolvendo uma estudante da UEM que, por causa da dificuldade em se adaptar longe da família, decidiu, há 15 dias, depois de tentar contornar a ansiedade, retornar para a cidade onde moram os familiares. 

Integrante do Diretório Central dos Estudantes, a acadêmica Bárbara Dourado, do curso de Ciências Sociais, alertou para a urgência de alterar o modelo de seleção de candidatos ingressantes na UEM, com o objetivo de tornar o processo mais inclusivo.

Ela também propôs um cuidado maior com o aluno quando ele começa a estudar na Universidade, em razão da mudança drástica de relações pelas quais passa ao se transferir do ensino médio para o ensino superior. Bárbara (foto abaixo) ainda sugeriu uma melhor comunicação institucional com os alunos a fim de que eles conheçam melhor o significado das siglas dos setores e saibam onde buscar uma informação ou benefício, como bolsas por exemplo.

Barbar

O Comitê Provisório tem até o final de julho para encaminhar o relatório agregando as propostas apresentadas no encontro para, além de iniciar a discussão sobre a natureza, objetivos e abrangência do Comitê Permanente de Direitos Humanos, definir, finalmente, a política desta natureza.