2019 04 24 Fot Aerea UEM sede

UEM contribui ao desenvolvimento do noroeste paranaense

Estudo aponta que cada real investido nas universidades estaduais do Paraná retorna quadruplicado às economias locais, sendo que o orçamento do governo estadual previsto para as Instituições de Ensino Superior (IES) em 2019 é de R$ 2,5 bilhões. Vale lembrar que, de acordo com o Índice Geral de Cursos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais “Anísio Teixeira” (Inep), a Universidade Estadual de Maringá (UEM) é a 6ª melhor estadual do Brasil.

Augusta Pelinski Raiher, doutora em Economia e professora do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), organizou a obra “As Universidades Estaduais e o Desenvolvimento do Paraná”, uma análise de curto prazo, realizada em 2016. “O incentivo dado à educação pública induz a produção, emprego e renda, promovendo crescimento econômico. Compras de materiais, serviços contratados, realizados localmente, e renda dos servidores significam injeção de dinheiro no mercado. Ter uma universidade significa movimentar a economia”, ressalta Raiher. “Quando comparada a outros setores da economia, a educação pública mostrou-se um setor chave no que se refere ao salário médio, ao multiplicador de produção e à geração de postos de trabalho”.

A presidente da Associação Paranaense das Instituições de Ensino Superior Público (Apiesp), Fátima Aparecida da Cruz Padoan, corrobora que as universidades estaduais paranaenses são protagonistas no desenvolvimento econômico do Estado, pois, “sensibilizam para ações inovadoras, influenciando o ambiente empresarial”. No setor industrial, a pesquisa aponta que quanto maior o investimento realizado nas estaduais, maior tende a ser a especialização produtiva. Outro impacto são os gastos estudantis. Por exemplo, bolsistas de Residência Médica e Multiprofissional do Hospital Universitário da UEPG retornam R$ 5 milhões por ano para a economia local. “Esses valores são destinados a aluguéis de apartamentos e quitinetes, compras em mercados, além de gastos com alimentação e outros serviços”, contextualiza o vice-reitor da UEPG, Everson Krum. 

 

Transbordamento regional

Raiher enfatiza que o município que detém uma universidade promove um transbordamento de efeitos para os municípios do entorno. E de acordo com o estudo, mais de 90% da mão de obra formada pelas universidades estaduais residem e atuam no Paraná. Na área da saúde, considerando-se dados de 2018, os hospitais da UEPG, UEM e Universidade Estadual de Londrina (UEL) realizaram, juntos, 310 mil atendimentos. “É como se a população inteira de uma grande cidade fosse atendida”, compara o reitor da UEPG, Miguel Sanches Neto.

"O HU-UEPG beneficia pacientes de 12 municípios. O hospital mudou todo o cenário da saúde dos Campos Gerais. Pacientes que antigamente teriam que ser atendidos na região metropolitana de Curitiba, hoje são atendidos em Ponta Grossa", acentua Tatiana Menezes Cordeiro, diretora geral do HU-UEPG. Somente o HU da UEL foi responsável pelo atendimento de 180 mil pacientes, enquanto outros 83 mil receberam tratamento na Clínica Odontológica da instituição. 

No caso do Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM) da UEM, 60.715 pacientes do noroeste paranaense recebem atendimento em diversas áreas. Além do hospital, o complexo de saúde da UEM é composto por Clínica Odontológica, Unidade de Psicologia Aplicada (UPA), Laboratório de Ensino e Prática em Análises Clínicas (Lepac) e Farmácia Ensino, todos com atendimento gratuito. 

Na Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro), a Clínica Escola de Fisioterapia (Cefisio) atende gratuitamente e, em 2018, realizou 18 mil atendimentos. A Farmácia Escola e o Laboratório de Análises Clínicas Escola realizaram 8 mil atendimentos, em média. Números semelhantes de atendimentos gratuitos na área da saúde também podem ser verificados na Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp). A Clínica de Fisioterapia da instituição realizou, no último ano, mais de 18 mil atendimentos, e a Clínica de Odontologia atendeu por volta de 8 mil pessoas no mesmo período.

 

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Hospitais da UEPG, UEM e UEL realizaram 310 mil atendimentos em 2018 (Crédito: UEPG)

 

Extensão

Somadas as regiões Norte, Centro-Sul e Campos Gerais, mais de 1 milhão de pessoas são beneficiadas com ações extensionistas de UEPG, UEM, UEL, Unicentro e Uenp. “Por meio do ensino, da produção científica e de programas e projetos de extensão, nossas instituições contribuem para atenuar desigualdades, com vistas ao desenvolvimento sustentável de nossas comunidades regionais, com a perspectiva de ampliar o bem-estar das pessoas”, afirma Padoan. 

Na UEPG, as ações de extensão nas áreas cultural e social impactam mais de 110 mil pessoas. A Incubadora de Empreendimentos Solidários (Iesol) é um dos 25 programas de extensão da instituição e organiza empreendimentos econômicos, solidários de artesanato, separação e triagem de material reciclável, jardinagem e agricultura familiar. Kamila Sobko, que ministrou parte do curso “Economia Solidária e Tecnologia Social”, explica que “além das incubações, a Iesol tem um trabalho efetivo e mostra seus resultados, tendo uma trajetória de presença na universidade e comunidade”. Na UEM, são 663.449 pessoas beneficiadas por meio de 248 projetos de extensão, 63.948 por 332 eventos de extensão, 23,8 mil em 138 projetos culturais e 13.308 pessoas em 215 cursos de extensão.

 

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Atividades culturais e sociais da UEPG impactam mais de 110 mil pessoas (Crédito: UEPG)

 

Metodologia 

O estudo organizado por Raiher foi realizado a partir de várias metodologias, como insumo-produto, estimativas econométricas e construção de indicadores. A pesquisa tem apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Unidade Gestora do Fundo Paraná (UGF) e Fundação Araucária, e também envolveu pesquisadores da UEPG, UEM, Unicentro, UEL, Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste) e Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).

 

*Reportagem em colaboração de Afonso Verner, Aline Jasper e Luciane Navarro, equipe de comunicação da UEPG.