2019 03 19 Engenharia Quimica MG 3624O dados produzidos pelo artefato devem auxiliar nas decisões operacionais dos poços e no desenvolvimento de um modelo para estimar as quantidades de CO2 em diversos fluidos dos reservatórios

Pesquisadores da UEM (Universidade Estadual de Maringá) estão desenvolvendo um equipamento experimental para medidas diretas e modelagem termodinâmica do efeito Joule-Thompson (J-T), relacionado com escoamento de gases puros e misturas simples em tubulações e poços de petróleo.

O projeto é financiado pela Petrobrás, segundo explica o professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química e coordenador da pesquisa, Lucio Cardozo Filho. Ele adianta que a literatura científica conhecida até aqui sobre o efeito J-T é insuficiente para determinar um protocolo experimental e teórico consolidado devido às características intrínsecas do fenômeno. Além disso, as tentativas de medidas do efeito J-T de gases e mistura de interesse a Petrobras em laboratórios internacionais mostraram-se insuficientes.

O trabalho dos pesquisadores da UEM está bem adiantado e entrou na fase de testes. Nesta terça-feira, dia 19, o grupo recebeu a visita do químico de petróleo do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobrás, Francis Assis Meireles, que veio acompanhar os experimentos no laboratório da UEM. Nos próximos meses, diretores da estatal também devem vir na Universidade.

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Na foto acima, da esquerda para a direita, Pablo Hegel, Lúcio Cardozo Filho, Francis Assis Meireles e Paulo Cardozo Carvalho de Araújo, doutorando em Engenharia Química

Cardozo Filho explica que a proposta de trabalho consiste em propor metodologias experimentais e teóricas para quantificar o efeito J-T de gases liberados de fluidos de reservatório para diversas condições de pressão e temperatura da operação das linhas da distribuição de gases.

“O dados produzidos pelo artefato devem auxiliar nas decisões operacionais dos poços e no desenvolvimento de um modelo para estimar as quantidades de CO2 em diversos fluidos dos reservatórios produzidos ao longo do tempo e na avaliação de simuladores disponíveis comercialmente”, esclarece o professor. “Estes dados“, continua Cardozo Filho, “são imprescindíveis para projetos de recuperação secundária por injeção miscível de CO2, bem como para projetos de sequestro e armazenamento de CO2”.

2019 03 19 Engenharia Quimica MG 3587O projeto também conta com a participação do professor Pablo Hegel (foto acima), da Universidad Nacional del Sur. O pesquisador argentino, que possui habilidade e experiência na construção de equipamentos para sistemas pressurizados, está na UEM desde 17 de janeiro, trabalhando no projeto.

Confiante no êxito da construção do primeiro equipamento para medidas do coeficiente J-T para sistemas pressurizados no país, Cardozo Filho diz que o sucesso desse projeto pode contribuir para a “diminuição da nossa enorme dependência tecnológica externa, nem sempre condizente com as nossas expectativas e necessidades, para esses tipos de medidas e equipamentos”.