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Programação reuniu 30 pessoas na Sociedade Médica de Maringá

O Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM) promoveu o I Ciclo de Palestras do Serviço de Implante Coclear e o II Encontro de Pacientes Implantados do HUM. A programação aconteceu no sábado (24), na Sociedade Médica de Maringá, pela manhã.

No dia 10 de novembro, o Ministério da Saúde celebra o Dia Nacional da Surdez.  Neste período, todos os anos, o responsável pelo ambulatório de otorrinolaringologia do HUM, o professor do Departamento de Medicina da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Jeferson Cedaro de Mendonça, realiza um trabalho de informação. Junto com o Instituto da Audição o médico orienta as pessoas sobre as causas, consequências, prevenção e tratamento da surdez.

Segundo o doutor Jeferson, cerca de trinta pessoas participaram dos evento na Sociedade Médica. “Apesar do número reduzido, acredito que foi uma oportunidade de encontrar pessoas que podem levar a nossa mensagem sobre o combate à surdez para suas instituições e cidades”, disse o médico.

Um dos trabalhos mais eficazes da equipe de Cedaro Mendonça contra a deficiência auditiva é o Serviço de Implante Coclear do HUM.  Este é um procedimento que coloca um dispositivo eletrônico no sistema auditivo, mais especificamente na cóclea, e tem como objetivo melhorar a qualidade de vida daquelas pessoas que possuem alguma deficiência ou determinados problemas de audição.

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Para divulgar essa tecnologia, o doutor Jeferson e o Instituto da Audição convidaram a psicopedagoga Katia Fugiwara de Oliveira (foto acima), da Universidade de São Paulo, em Bauru. Ela falou sobre a reabilitação de crianças com deficiência auditiva por meio do implante coclear.  Em seguida, os presentes ouviram depoimentos sobre a mudança de vida das pessoas que se submeteram à cirurgia.

Personagem – Uma das pacientes do Serviço de Implante Coclear do HUM, que atende pacientes da 15ª Regional de Saúde, é a Edna Lima Cain, de 55 anos, moradora da cidade de Santo Inácio. Portadora de lúpus, a paranaense recebeu medicação para tratar da doença, porém, após algumas consultas no ambulatório do HUM, descobriu, graças a ajuda do doutor Jeferson Cedaro Mendonça, que o remédio era tóxico e que estava prejudicando sua audição.

“Eu procurei um clínico geral, que fez uma limpeza no meu ouvido, e eu voltei a ouvir. Mas, com o passar do tempo, comecei a perder a audição, de novo. Voltei ao clínico que me mandou a um especialista lá do Unicesumar. Ele me disse que eu tive uma perda de 50% de um lado e 90% de outro. Aí eu comecei usar aquele aparelho auditivo. Mas, de repente, eu perdi totalmentea audição”, falou a paciente.

Edna disse que, no início, ela ficou muito revoltada com a situação, porque não conseguia conversar com mais ninguém. “Eu só chorava, porque eu via todo mundo mexendo os lábios e não escutava nada”. A trajetória do implante da moradora de Santo Inácio começou em uma visita a especialista em Fonoaudiologia do Unicesumar. Depois de confirmar o diagnóstico das perdas parciais na audição, reencaminhou a paciente ao otorrinolaringologista do HUM, o doutor Jeferson Cedaro de Mendonça e passou pela cirurgia de implante da cóclea.

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A volta da audição – Quando fala sobre como foi voltar a ouvir, Edna (na foto acima, à direita) tem vontade de chorar. A paranaense contou que tinha receio de passar pelo procedimento porque é cardíaca, por causa do lúpus que atrapalha na cicatrização e, também, por conta de seu filho. Ela tinha medo de morrer e não poder mais vê-lo. Edna confessou que contou com o apoio de diferentes pessoas da família e dos médicos que a atenderam como a fonoaudióloga e otorrinolaringologista.

Outro apoio fundamental foi da equipe do Instituto de Audição de Maringá, que fez a ativação e calibragem do aparelho coclear para Edna. A paciente nos contou que, enquanto estava passando por este procedimento, uma funcionária perguntou se ela estava ouvindo e Edna entendeu; isto é, ouviu tudo perfeitamente.

“Eu indicaria este procedimento a qualquer pessoa. Mães que têm filhos que não escutam, procurem informação, porque é muito bom. Falando francamente, não ouvir é muito ruim”, completa Edna Lima Cain.