vice presidente

Além de Marisa Corrêa Silva, Lúcia Zolin também está na diretoria que, pela primeira vez, vem para o Paraná

Pela primeira vez na história da entidade, a diretoria da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (Anpoll) será baseada no Paraná, tendo, na vice-presidência, uma docente da Universidade Estadual de Maringá (UEM), a professora Marisa Corrêa Silva. 

Até então, a presidência da entidade, com sede em Campinas, costumava se concentrar nas grandes capitais e principalmente com professores das universidades federais. 

Eleita neste mês, a chapa, presidida por Frederico Fernandes, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), congrega também representantes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e ainda outra professora da UEM, Lúcia Osana Zolin, 2ª tesoureira.

Fundada em 1984, a Associação engloba mais de 130 programas de pós-graduação strictu sensu do Brasil, gerando mais de 50 Grupos de Trabalho em rede. Trata-se de uma das associações mais importantes do cenário nacional de Literatura e Lingüística.

A eleição de uma chapa com docentes do Paraná demonstra uma tendência à descentralização, fruto da excelência do trabalho que as universidades estaduais vêm desenvolvendo nas áreas de Literatura e Lingüística.

O Programa de Pós-Graduação em Letras (PLE), da UEM, por exemplo, criado em 2004, teve a nota aumentada para 4 na segunda avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em 2010.

Com isto, o PLE pôde criar o curso em nível de Doutorado e, numa rara circunstância, a avaliação seguinte da Capes, órgão do Ministério da Educação, elevou novamente a nota do Programa para 5, colocando-o no patamar dos 20% melhores programas de pós-graduação em Letras do Brasil. 

Por esta razão, o PLE teve a possibilidade de iniciar ações de inserção social, como a criação do Doutorado Interinstitucional (Dinter) com a Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), com sede em Maceió. A finalidade da iniciativa é capacitar 12 professores de Letras da instituição alagoana para criarem, após as defesas de suas teses, o primeiro curso de mestrado em Letras do interior daquele Estado.

Marisa Silva

Político

A eleição da chapa e a interiorização da direção da Anpoll também tem um forte significado político. Os programas de pós-graduação em Letras das universidades estaduais paranaenses estão colhendo frutos de intenso trabalho, dedicação e, no momento, muita luta contra os progressivos cortes de fomento e desvalorização da carreira docente.

Marisa Silva e Lúcia Zolin, as professoras da UEM, lembram que o Encontro Intermediário da Anpoll, que deverá ser sediado na Universidade Estadual de Maringá, em 2019, trará à cidade a cúpula destas áreas, reunindo grandes nomes da pesquisa e da gestão em Literatura e Lingüística do Brasil.

Docentes do Programa de Pós-Graduação em Letras e ligadas ao Departamento de Teorias Lingüísticas e Literárias (DTL), as professoras apontam a importância desse evento para a visibilidade em âmbito nacional tanto da excelência do trabalho desenvolvido pelo PLE quanto da própria Universidade como um todo, além da qualidade de vida oferecida pela cidade de Maringá.

Na avaliação de Marisa e Lúcia (foto abaixo), tudo isso são fatores importantes para uma política voltada a atrair, para a UEM, profissionais de primeira grandeza na formação do quadro de professores e pesquisadores da instituição.

A chapa “Desafios para o novo milênio: internacionalização e saúde do pesquisador”, na qual estavam as professoras da UEM, terá mandato de dois anos, de 2018 a 2020.

Desafios

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Um dos principais objetivos da diretoria recém-eleita é definir as estratégias de internacionalização do Português e da Literatura Brasileira. O debate sobre internacionalização nestas áreas têm sido mediado pela discussão entre publicação em língua inglesa e participação em convênios com universidades estrangeiras.

O novo comando da entidade propõe um avanço deste paradigma, tendo a Anpoll como protagonista de uma política pública de difusão da Língua Portuguesa e da Literatura Brasileira. 

Por meio do Itamaraty e de órgãos de fomento à cultura, a diretoria visa ampliar as ações de internacionalização para difusão de conhecimentos linguísticos e literários produzidos no Brasil. Num primeiro momento, estas ações, como forma de delimitação, terão como foco os Brics (bloco político e econômico que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), ampliando-se gradualmente conforme a demanda dos associados.

Outro desafio da diretoria eleita é fazer o diagnóstico da saúde dos profissionais atuantes na pós-graduação no Brasil. A partir das alarmantes notícias sobre depressão, suicídio e doenças crônicas decorrentes das pressões oriundas das demandas da carreira acadêmica, os novos representantes da Anpoll pretendem olhar mais de perto para a situação dos associados da entidade, fazendo um diagnóstico e propondo a melhoria da saúde e do bem-estar do profissional de Letras que atua junto à pós-graduação. 

A ideia é fazer um levantamento de dados que possibilite traçar um panorama sobre a saúde junto aos programas associados à Anpoll. Com base nestes dados, serão pensadas ações em parceria com a Capes e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) visando melhorar a qualidade de vida do profissional.

Diretoria da Anpoll (2018-2020):

Frederico Fernandes (UEL) – presidente

Marisa Corrêa Silva (UEM) - vice-presidenta

Rosemeri Passos Baltazar Baltazar (UEL) - secretária

Lourdes Kaminski Alves (Unioeste/Cascavel) - 2ª secretária

Maria Carolina de Godoy (UEL) - tesoureira

Lúcia Osana Zolin (UEM) - 2ª tesoureira