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Falta de sono compromete rendimento

Passamos cerca de 33% da vida dormindo. Portanto, esse é um processo muito importante do nosso organismo. Qualquer distúrbio de sono pode atrapalhar, e muito, a vida da gente. Especialmente, se estamos em um cenário onde se encontram profissionais da área da saúde. Pensando nisso, conversamos com o mestre em ortodontia Paulo Nabarro, certificado em odontologia e medicina do sono. Ele realizou uma palestra no Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM) sobre o assunto, fazendo alertas uteis, especialmente, para estudantes de medicina.

O doutor Nabarro explicou que há inúmeras funções do sono no nosso organismo. Elas vão desde a questão restaurativa, que revigora as energias do corpo, até funções de secreção de hormônios como o do crescimento, importante para as crianças e adolescentes, e a secreção dos hormônios da saciedade.

“O sono tem toda essa questão hormonal que é importante para a pessoa crescer e se manter equilibrada”, explica o ortodontista. “Além disso, verifica-se que, dentro da arquitetura do sono, há várias fases: fase um, fase dois, fase de ondas lentas e fase do REM. A fase REM é a mais importante, pois é a fase restaurativa e cognitiva, aquela que permite que exercitemos a memorização”, completou.

Segundo Paulo Nabarro, temos de três a quatro ciclos do sono, sendo que o ideal seriam ter um sono REM adequado na maior parte do tempo. Esta é a fase de sono mais profundo, em a temperatura corporal abaixa e temos mais sonhos.  Para o indivíduo chegar a essa fase ele não pode ter nenhum distúrbio do sono.  E há vários distúrbios que pode prejudicar o sono restaurador da população.

Insônia – Entre os distúrbios mais comuns está a insônia. Há dois tipos, aquela mais ligada às pessoas ansiosas e a insônia de fragmentação, que é o despertar no meio da noite, muitas vezes, porque o individuo tem apneia do sono, ele para de respirar e esse problema acaba fazendo com que ele acorde.

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“Quando acontece de o individuo despertar todo o ciclo do sono fica comprometido. O individuo não tem um sono reparador, o que resulta, muitas vezes, em sonolência diurna excessiva e cansaço. Ele pode dormir bastante, mas ele não tem qualidade de sono”, explicou o especialista. A noite mal dormida vai afetar a secreção dos hormônios do indivíduo, que também apresenta mudança de humor e alguns estudos mostram que a privação de sono diminui a imunidade, deixando o corpo mais susceptível a doenças.

Para Paulo Nabarro, um grande fator que vem colocando em risco a qualidade do sono são os eletrônicos. Ele explica que a claridade ou luz inibe a secreção da melatonina, que é o hormônio que induz o sono. “Então, se você tem luz, esse hormônio não é secretado. E a luz do celular ou do computador podem contribuir negativamente com esse processo. Assim, o correto é não levar o celular para a cama”, advertiu.

Por fim, Navarro afirmou que devemos seguir os preceitos do que é chamado de Higiene do Sono. Para dormir bem, as pessoas precisam: ir para a cama e acordar sempre no mesmo horário, mantendo uma rotina de sono; evitar luminosidade antes de dormir; não consumir cafeína, álcool ou drogas; evitar, ao máximo, os indutores de sono, optando pela prática de um esporte, algo que canse e possa fazer a pessoa dormir com qualidade; e, principalmente, evitar alimentos muitos pesados antes de dormir, o ideal é se alimentar uma ou duas horas antes de ir para cama.

“Se mesmo assim a pessoa não conseguir dormir deve procurar um profissional especialista em medicina do sono. Ele vai detectar algum tipo de doença, fazer exames específicos para que se possa fazer o diagnóstico e ver a melhor forma de tratamento do paciente. Porém, na grande maioria das vezes, uma mudança de comportamento vai garantir o sono restaurador tão fundamental para nossa saúde física e mental”, concluiu o doutor.

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