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Atenção é feita, diariamente, no ambulatório de ginecologia

Neste mês da mulher, quando é comemorado o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, o Setor de Comunicação do Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM) lembra que o cuidado com as mães e as pacientes do universo feminino acontece o ano todo. O HUM é referência para o Programa Mãe Paranaense e para o cuidado com as gestantes, que é realizado pelo Programa Assistência Pré-natal às Gestantes de Alto Risco, implantado, em 1996, no Ambulatório de Especialidades do HUM. É esse trabalho que é destacado nesta reportagem, que tem como objetivo, marcar o mês da mulher. Para isso, entrevistamos a doutora Neusa Presa, ginecologista responsável pelo ambulatório do HUM e professora do curso de Medicina da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Em primeiro lugar, a professora explicou como funciona a rede do Sistema Único de Saúde (SUS) em relação à Saúde da Mulher. Segundo Neusa Presa, a mulher é suscetível a alguns problemas que têm prevenção. Por isso, o Ministério da Saúde desenvolve diferentes programas que têm como foco a mulher. A ginecologista destaca, por exemplo, o exame preventivo do câncer de colo de útero. A mulher deve colher anualmente uma amostra da parede do cérvix (a porção inferior e estreita do útero, quando ela se une com a porção final superior da vagina, também conhecida como colo), a partir do momento que tem uma vida sexual ativa. Outro exame indispensável é a mamografia, que detecta o câncer de mama.

“O exame do colo, o Papanicolau, é preventivo. Por isso, é um dos mais importantes se tratando de saúde da mulher. Nele é possível detectar células pré-cancerosas e evitar que a pessoa desenvolva o câncer. No nosso país, a incidência de câncer de útero ainda é muito alta, mesmo este sendo um problema 100% prevenível. Em países desenvolvidos, é uma doença praticamente em extinção. Por aqui, muitas mulheres não fazem o exame porque têm vergonha. É preciso vencer essas barreiras”, alertou a médica, que lembrou que o Papanicolau pode ser feito em qualquer Unidade Básica de Saúde, que chamamos de Postinho.

Outras duas ações importantes incluídas no projeto do Ministério para a Saúde da Mulher são as campanhas de prevenção do câncer de mama e a oferta do serviço de pré-natal. “Assim que a mulher desconfiar que está grávida, deve procurar o atendimento médico de apoio pré-natal. Eu diria, na verdade, até, antes. O ideal é que a gravidez seja uma coisa planejada. A pessoa que quer engravidar deve ir ao médico para fazer os exames necessários, fazer uma avaliação física antes de começar a gestação. Isso tudo diminui os riscos na gravidez. E mais, o SUS também garante a utilização de métodos anticoncepcionais, que precisam ser planejados e pensados para cada tipo de mulher e de situação. Evitar a gravidez também é uma forma de se cuidar. Tudo que a gente pensa e planeja acaba sendo feito de forma melhor. E, hoje, você tem na rede SUS, tanto aqui no HUM, nos postos de saúde, nas UBS, acesso a todos esses atendimentos”, destacou a professora.

O HUM - O atendimento laboratorial ginecológico e pré-natal no Hospital Universitário é feito via posto de saúde, alertou a doutora Neusa. A mulher deve procurar o postinho e, se algum problema for detectado ali, ela é referenciada para um local de acompanhamento e tratamento. Entre estes locais está o HUM, que oferece procedimentos que não existem na UBS. Um exemplo é o pré-natal. O Hospital só oferece esse acompanhamento para mulheres que a equipe da Unidade Básica de Saúde detectou que são gestantes de alto risco.

Mas não é só isso, o HUM possui também o laboratório de referência para o tratamento da toxoplasmose, doença que pode causar má formação do feto; o ambulatório de ginecologia geral; o serviço de combate à infertilidade para casais que têm algum problema para engravidar; o serviço de mastologia, que atende as pacientes com nódulos de mama ou câncer de mama; e o ambulatório de cirurgia ginecológica, que atende pacientes do SUS para cirurgias de retirada do útero, hemorragias, mioma, períneo e alguns tipos de biópsia.

Prevenção é a chave - Para marcar o mês de março, a doutora Neusa Presa fez questão de destacar que a prevenção é o melhor remédio. “E quando falamos de prevenção de problemas de saúde, temos alguns pilares que podem ajudar. Uma alimentação saudável é um dos conselhos para qualquer uma de nós”, lembrou a professora.

Vivemos uma epidemia da obesidade, que se tornou um problema de saúde pública. “Não nos damos conta de que o alimento tem que ser o remédio da gente e não o nosso mal. Temos que tomar cuidado com o que comemos, porque isso determina nossa saúde. A gente conhece inúmeras doenças que surgem por causa dos maus hábitos à mesa”, advertiu a médica.

Outra forma de evitar doenças é a prática de atividade física. Segundo a ginecologista, temos que pôr isso como necessidade. “O ser humano não foi feito para ficar sentado o dia todo em uma cadeira, isso pode provocar vários problemas de saúde. Ainda tem os maus hábitos como o cigarro, a bebida em excesso, são coisas que também levam a várias patologias [doenças]”, acrescentou Neusa Presa.

Por fim, a ginecologista reforçou que a pessoa tem que se prevenir de problemas na sua vida sexual. É necessário fazer exames de doenças venéreas, usar camisinha, adotar métodos contraceptivos. “Tudo isso é o que chamamos de promoção de saúde, quando adotamos hábitos que nos ajudam a garantir o próprio bem-estar. E prevenção não é só fazer exame. Temos que tomar cuidados no dia a dia. Quando chegam exames alterados, a doença já está instalada. Temos que atuar antes para que o problema não apareça. Esse olhar tem que ser uma preocupação da mulher, especialmente. Na nossa sociedade, ela é sobrecarregada, trabalha fora, é esposa, é mãe… Então, um olhar para si mesmo é muito importante”, concluiu a ginecologista do HUM.

 

Reportagem com participação da residente em Jornalismo da UEM, Débora Arcanjo.