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Verba será investida na obra do setor de tratamento do câncer infantil

Numa entrevista coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (10), o secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto, confirmou o repasse de recursos que vão financiar a finalização das obras do setor de oncologia pediátrica do Hospital Universitário de Maringá (HUM). A reunião foi realizada na reitoria da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e contou com a presença de políticos, servidores da UEM e do HUM, além de professores e alunos dos cursos da saúde da UEM.

O prédio da oncologia pediátrica do HUM foi inaugurado em outubro de 2013. Porém, não começou a funcionar naquela ocasião por problemas detectados na obra do setor de quimioterapia, que não tinha a estrutura adequada para oferecer o serviço com segurança para a equipe de servidores e para os próprios pacientes. Segundo a assessora para Oncologia Pediátrica do HUM, professora Silvia Tintori, a questão foi um erro da empresa que realizou a obra e não a falta de recursos para implementar o serviço. O erro só foi detectado na inspeção da vigilância sanitária, no momento em que o HUM solicitou a autorização para dar início ao atendimento.

“Tentamos fazer com a empresa que errou realizasse a adequação, mas, como não conseguimos judicialmente, realizamos uma nova licitação, no final do ano passado, e já foram contratadas as empresas que vão realizar a obra. O cronograma deve ser divulgado na semana que vem, mas imaginamos que teremos cerca de quatro meses para a entrega do serviço de implementação do sistema de ar na sala de manipulação de quimioterápicos e de implantação da rede de gases medicinais. Ao final, ainda teremos uma empresa que vai referendar a qualificação do sistema de tratamento de ar. A ideia é garantirmos a segurança e a qualidade do nosso atendimento”, disse a assessora.

A professora esclareceu também que, apesar de não contar, ainda, com o serviço de tratamento do câncer, o prédio, inaugurado em 2013, abriga um ambulatório de hematologia e hemoterapia. “A área construída, anexa ao Hemocentro, recebe diariamente pacientes com coagulopatias hereditárias, como a hemofilia, e hemoglobinopatias, como a anemia falciforme, entre outras tantas doenças. A equipe do Hemocentro também realiza ali sangrias e transfusões. Somos referência nesse atendimento. Além disso, realizamos diagnósticos de câncer em crianças e adolescentes. A adequação que está sendo feita na estrutura física vai permitir que mais um serviço seja disponibilizado no prédio, que é o tratamento quimioterápico. Enfim, a área vem sendo utilizada de forma intensa desde a sua inauguração. Desde 2013, foram mais de 15 mil atendimentos realizados ali”, informou Silvia Tintori.

O secretário - Segundo Caputo Neto, a oncologia pediátrica do HUM é uma prioridade do governo do Estado, que sabe o que as mães e pacientes sofrem ao levarem seus filhos até Curitiba para realizar o tratamento do câncer. O secretário disse que acompanhou o trabalho da professora Sílvia para resolver os problemas da obra de infraestrutura e, como a licitação foi concluída com sucesso, “depositamos os recursos que vão garantir a reforma e tornar realidade a oncopediatria do Hospital Universitário de Maringá. São R$ 834.633,97, que estão em conta para pagar as empresas contratadas. Esse era um compromisso do governador e meu, garantir o serviço de tratamento do câncer para macrorregião de Maringá, que é de uma importância enorme para a saúde do nosso Estado”.

Em seguida, o secretário foi alertado sobre o fato de que a conclusão da obra não garantia a efetivação do serviço no HUM. Além da estrutura, há a necessidade de se adquirir equipamentos e contratar pessoal para que o setor seja ativado, depois da conclusão da reforma. Em resposta, Caputo Neto reforçou o apoio ao HUM. “O que me comprometo a fazer para contornar estas duas questões é: em primeiro lugar, solicitar os orçamentos dos equipamentos para que possamos viabilizar a compra por meio da Secretaria de Saúde. Além disso, me proponho acompanhar o processo de negociação para a contratação da equipe necessária ao início do serviço no HUM. Quero deixar claro que o Hospital Universitário não está ligado à Secretaria de Saúde, mas à Secretaria de Ciência, Tecnologia e ensino Superior, a Seti. Desta forma, o que eu posso e vou fazer é entrar no processo para dar apoio à negociação em relação aos recursos humanos”, adiantou Caputto Neto.

O superintendente do HUM, Maurício Chaves Jr., reforçou o fato de que a oncologia pediátrica do HUM é uma grande vitória da instituição, que chegará junto com outras grandes conquistas do Hospital, como a ampliação de mais 100 leitos, obra que está prevista para ser entregue nos próximos dois meses. “Somando os novos 30 leitos previstos para a pediatria na nova estrutura do hospital à oferta do serviço de oncologia, vemos que o atendimento às crianças no HUM vai dar um grande salto, beneficiando a comunidade, mas também a formação dos alunos da área da saúde na UEM”.

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A declaração do superintendente foi reforçada pelo reitor da UEM, Mauro Baesso, que disse que a UEM precisa lutar para que os três pilares que estruturam a ação da Universidade, ensino, pesquisa e extensão, estejam garantidos em todos os setores. Para o reitor, o HUM é uma estrutura indispensável à comunidade de Maringá e região, “mas quando buscamos recursos para a melhoria do nosso hospital estamos também garantindo a formação de novos profissionais da saúde. Quanto melhor e mais diversificada for esta estrutura mais condições teremos de contribuir com a sociedade, não só oferecendo serviços essenciais de média e alta complexidade na área da saúde, como é o caso do HUM, mas estaremos garantindo a formação de médicos, enfermeiros e outros profissionais de excelência”, completou Baesso. Ele agradeceu ao secretário de Estado o apoio à causa da oncopediatria com o apoio do vice-reitor, Júlio Damasceno, que também estava presente à reunião na UEM.

Comunidade – A vinda de Michele Caputo Neto à Maringá levou um grande número de pessoas à reitoria da UEM. Compareceram ao encontro representantes da classe política, como o deputado Dr. Batista, e o assessor do deputado Evandro Jr., Vitor Colli. Algumas entidades que vêm acompanhando o processo de implementação do serviço de oncopediatria do HUM também mandaram representantes. Entre eles, estava o membro do Rotary Club, Monir Felício da Silva, que agradeceu o empenho do secretário de Saúde para tornar o setor de tratamento do câncer infantil do HUM realidade. Houve, ainda, a manifestação da gerente administrativa da Rede Feminina de Combate ao Câncer, Janaína Mantovani, que manifestou a “alegria de saber que toda nossa briga de anos vai ter um final feliz. Vamos conseguir dar mais qualidade de vida às mães e às crianças e adolescentes com câncer da nossa região”, comemorou a voluntária da Rede.

Também estiveram na reitoria membros do Conselho Municipal de Saúde e diversos representantes da comunidade acadêmica da UEM, integrantes dos departamentos de Enfermagem, Medicina, Educação Física, Odontologia, e do Centro Acadêmico do curso de Medicina.