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A capacitação, por enquanto, se dá em nível de treinamento para atuação na zona rural, mas a ideia é ampliar as habilidades.

Oito haitianos foram capacitados, na última sexta-feira (22), na Fazenda Experimental da Universidade Estadual de Maringá (UEM), em Iguatemi, para fazer a operação e manutenção de máquinas agrícolas.

Também passaram pelo curso, ministrado pelo professor Raimundo Pinheiro Neto, do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia/ Mestrado Profissional (Profagroec), da UEM, alguns membros do Centro de Ressocialização do Egresso (Associação Crer) e  do Centro Evangélico Restauração  (CER). Essa ação visa abrir possibilidades de trabalho e renda no setor rural para migrantes e refugiados estabelecidos em Maringá.

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Segundo o professor José Ozinaldo Alves de Sena, a atitude de envolver os haitianos no projeto, dentro do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e do Núcleo de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável (NADS), é resultado de reuniões informais articuladas pelo vice-reitor, Julio Damasceno. Essa articulação, que será transformada em projeto, é uma forma de responder o mais rápido possível às demandas destes migrantes. 

Conforme Ozinaldo, que também é docente do Departamento de Agronomia da UEM, o projeto, assim que for formalizado, vai tratar da questão de maneira mais específica, trazendo inclusive um diagnóstico completo sobre a situação dos migrantes e refugiados na cidade.

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O professor propôs iniciar a capacitação pelo meio rural porque o nativo não tem muito interesse em trabalhar no campo, enquanto que o migrante e refugiado está aberto às várias possibilidades hoje existentes na região. Um dos desafios no campo é a falta de mão de obra e de sucessores, que permita a continuidade da produção familiar, comenta o professor.

Antes de fazer o curso na Fazenda Experimental, um grupo de haitianos foi enviado para algumas propriedades rurais a fim de passar por um processo de convivência com os agricultores e as famílias dos camponeses. Os haitianos foram inclusos no Projeto “Imersão em Agroecologia”. Conforme Ozinaldo, os haitianos retornaram muito motivados. Os agricultores responderam também de forma positiva.

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Neste semana, o professor deverá agendar uma reunião com o objetivo de reunir outros professores que já atuam com migrantes e refugiados ou interessados em contribuir com o projeto. O objetivo é resgatar habilidades inatas e capacitar em novas habilidades. Nesse sentido, está em curso a criação de uma cooperativa de trabalho para migrantes e refugiados. No caso da agricultura, eles podem atuar em parceria com o produtor rural, oferecendo a mão de obra. Outras possibilidade seriam a parceria e o arrendamento de propriedades; no futuro próximo, muitas dessas pessoas podem vir a empreender no meio rural. 

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Ainda de acordo com Ozinaldo, a intenção é se somar a um projeto maior de atendimento aos migrantes refugiados existente na cidade, sob a supervisão da Prefeitura Municipal. Também estão envolvidos na construção do projeto na UEM o professor Geovânio Rossato, do Departamento de Ciências Sociais (DCS) e o técnico do Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural), Joel Santos.

Os interessados em fazer parte do projeto na UEM podem entrar em contato pelo telefone (44) 3011- 5847, no período da manhã.