Evento acontece na noite desta segunda-feira, tendo como mote as campanhas do setembro amarelo
O Coletivo Yalodê-Badá promove, hoje (11), a partir das 19 horas, no auditório do Bloco H-35, na Universidade Estadual de Maringá (UEM), o Terceiro Cinegrada Especial: Saúde da População Negra em debate.
O Yalodê-Badá lembra que, desde 2014, passamos a acompanhar inúmeras campanhas e discussões relacionadas ao "Setembro Amarelo", fazendo menção ao trabalho de conscientização sobre a prevenção do suicídio, para alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e as formas de prevenção.
Foi levando em conta este cenário que o Coletivo decidiu pela temática na terceira edição do Cinegrada especial. Porém, o objetivo do evento é discutir o racismo enquanto promotor do sofrimento psíquico. O debate será em torno de questões relacionadas à saúde da população negra e suas consequências, visto que o racismo traz sofrimento psíquico e, quando não mata, enlouquece.
De acordo com o Yalodê-Badá, a história dos negros foi construída sobre as bases da desigualdade racial, reservando para a população negra o lugar das classes sociais mais pobres e de condições mais precárias.
"Apesar da abolição oficial da escravatura dos povos africanos e seus descendentes, não há como negar que persiste, ainda hoje, na nossa sociedade, um racismo direcionado, declarado e nada silencioso, por mais que dizem que no Brasil o racismo seja velado e sutil", diz texto da "Política Nacional de Saúde Integral da População Negra: uma política do SUS", citado pelo Coletivo.
Ainda segundo o texto, "a persistência desta situação ao longo desses anos é facialmente observada na precocidade dos óbitos, nas altas taxas de mortalidade materna e infantil, na maior prevalência de doenças crônicas e infecciosas, bem como nos altos índices de violência urbana que incidem sobre a População Negra".