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A autora busca entender o trabalho desenvolvido por Nina Rodrigues a respeito das manifestações 

A professora Vanda Fortuna Serafim, professora do Departamento de História, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), lançou um livro com o objetivo de compreender a investigação realizada por Nina Rodrigues sobre as manifestações religiosas dos povos africanos e seus descendentes na Bahia do século XIX.

Raimundo Nina Rodrigues foi um médico legista, psiquiatra, professor, escritor, antropólogo e etnólogo brasileiro. Foi também dietólogo, tropicalista, sexologista, higienista, biógrafo, epidemiologista.

Nina Rodrigues é considerado o fundador da antropologia criminal brasileira e pioneiro nos estudos sobre a cultura negra no país. É o primeiro estudioso brasileiro a abordar o problema do negro como questão social relevante para a compreensão da formação racial da população brasileira.

No livro "Nina Rodrigues e as religiões afro-brasileiras: a ‘formalidade das práticas’ católicas no estudo comparado das religiões (Bahia – século XIX)", pela Editora da UEM (Eduem), a tese que Vanda Serafim buscou demonstrar é a de que, ao torná-las objeto de ciência e buscar formas conceituais para referenciá-las, Nina Rodrigues as representou a partir de um referencial cristão: o monoteísmo católico. 

Para tanto, a pesquisa realizada analisou as obras de Nina Rodrigues atentando a forma como ele se apropriou do modelo evolucionista cultural de E. B. Tylor para representar as religiões no Brasil e acabou por desenvolver um paradigma para pensar as religiões afro-brasileiras, pautado no método de estudo comparado e cujo principal referente consistiu no monoteísmo católico. 

As fontes centrais consistiram nas obras "O animismo fetichista dos negros bahianos (1935)" e "Os africanos no Brasil (1982)", de Nina Rodrigues, e a obra "Primitive Culture (1920,1903)", de E. B. Tylor. Embora não se possa dizer categoricamente que Nina Rodrigues parta do objetivo de defesa da fé católica, a pesquisa constatou que suas observações, interpretações e conclusões para pensar religião não poderiam sustentar como insignificante a diferença entre os quadros de referência em função dos quais uma sociedade organiza as ações e os pensamentos. 

Embora parta da ciência e de um Estado laico, não conseguiu como pretendia simplesmente apagar de sua ‘visão de mundo’ todo um aparato católico de formação, de percepção de valores, próprio do lugar social no qual ele se insere. 

 

Quem é Vanda

 

Vanda Fortuna Serafim é graduada em História, com especialização em História das Religiões, mestrado em História e doutorado em História.

É professora do Programa de Pós-graduação em História (PPH), da UEM e atua como pesquisadora/docente do Núcleo de Pesquisa em História Religiosa e das Religiões (CNPQ), no Grupo de Trabalho em História das Religiões e das Religiosidades (ANPUH) e no Laboratório de Estudos em Religiões e Religiosidades (UEM). 

A autora ainda é Integrante/Associadado do GT Historical Studies of Science, Technology and Medicine in Latin American, da European Association of Historians of Latin America (AHILA), com sede na School of Cultures, Languages and Area Studies (SOCLAS), da University of Liverpool (UK). 

Coordena o Núcleo Paraná do Grupo de Trabalho História das Religiões e das Religiosidades (ANPUH). Desenvolve pesquisa na linha de História, Cultura e Narrativas e tem experiência na área de História do Brasil, com ênfase em História das Religiões e das Religiosidades e História das Ideias, voltada para o estudos das crenças e manifestações religiosas, em especial as mediúnicas e afro-brasileiras, discursos intelectuais, ciência e medicina.

Para aquisição diretamente na Livraria Eduem, o livro está com 50% de desconto. A livraria fica no bloco F-05, aberta das 7h40 às 11h30 e das 13h30 às 17h15. O site é www.eduem.uem.br e fanpage www.facebook.com/livrariaeduem. Telefone para contato: (44) 3011-4394.

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