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Música e canto fizeram parte da festa, realizada no corredor da UTI do HUM

 

Neste mês de junho, o Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar (Sareh) comemora dez anos de atuação no Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM). As atividades comemorativas terminaram nesta quinta-feira (8), à tarde, quando foi realizada uma cerimônia com a participação dos parceiros do Serviço: as secretarias estadual e municipal de educação e a assessoria de Ensino, Pesquisa e Extensão do hospital.

A cerimônia foi aberta pela da pedagoga responsável pelo Sareh no HUM, Ione Ananias, que falou que a iniciativa não é só uma contribuição do hospital com a comunidade, mas cada paciente pessoalmente. “Quando trazemos para o nosso ambiente os conteúdos, a criança volta lá na escola, lembra dos amigos, do convívio social e esquece da dor. Isso ajuda na recuperação das pessoas que estão aqui. Temos depoimentos de médios que relataram que crianças que estavam reclamando e chorando mudaram de humor depois que foram atendidas pelo Sareh”, lembrou a pedagoga.

Em seguida, Ione apresentou aos participantes da cerimônia o superintendente do hospital, o doutor Maurício Chaves Junior. O gestor se disse contente por saber que o HUM está contribuindo com a qualidade do tempo em que o paciente está internado. “O Sareh reflete na vida das pessoas que são atendidas depois que saem daqui, além de ajudar a restabelecer a saúde delas aqui dentro. Por isso, quero parabenizar a todos que participam do projeto, que é um desafio ao dia a dia da rotina do hospital”, disse Chaves Junior.

Sareh – A Rede de Escolarização Hospitalar e Domiciliar da Secretaria de Estado de Educação objetiva atender educacionalmente os alunos da rede de escolarização estadual, municipal ou particular: crianças, adolescentes, jovens e adultos que se encontram impossibilitados de frequentar a escola em virtude de situação de internamento hospitalar ou tratamento de saúde. Em outras palavras, o Serviço permite a esses estudantes a continuidade do processo de escolarização, inserção ou reinserção em seu ambiente escolar através de atendimento pedagógico hospitalar e domiciliar especializado, permitindo o desenvolvimento das habilidades cognitivas e afetivas, e as interações sociais que contribuem com o bem-estar e uma significativa melhora do quadro de saúde das pessoas atendidas pelo programa.

A proposta da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional é de que toda criança disponha de oportunidades para que os processos de desenvolvimento e aprendizagem não sejam suspensos. Além disso, a escolarização hospitalar está prevista na legislação brasileira desde a Constituição Federal (1988), Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (1990), Lei de Diretrizes e Bases – LDB (1996) e nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.

Para atender a essa demanda, o Sareh foi estabelecido no Paraná em maio de 2007. A Coordenação do programa está na Secretaria Estadual de Educação (SEED), em Curitiba, juntamente com as Equipes de Educação Especial dos Núcleos Regionais de Educação do Paraná.

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A responsável pelo Sareh junto ao Núcleo Regional de Educação de Maringá, Silvia Altoé, que esteve presente na cerimônia do HUM, disse que “mais de 10 mil crianças já receberam apoio em 18 hospitais que a equipe da rede estadual de educação mantém na regional que engloba Maringá. Várias pesquisas têm mostrado o lado motivacional desta proposta que garante o direito à educação dentro da unidade hospitalar e em qualquer situação que a pessoa precise, não só jovens como de adultos, mas também oferece entretenimento e estímulo no período em que está internado”.

A coordenadora do convênio do Sareh com a Secretaria Municipal de Educação, Paula França Baccari, explicou que o Sareh faz parte das atividades coordenadas pelo Centro Municipal de Apoio Especializado, que dá suporte a crianças com necessidades especiais. “A orientação que a gente faz é que se traga atividades lúdicas, dinâmicas, recreativas que despertem o interesse da criança não só sob o aspecto do ensino e da aprendizagem. Não é só fortalecer o vínculo com o aprender, mas oferecer formas de tirar a criança deste clima hospitalar, trazendo um pouco de diversão e até aumentando a auto-estima dela”, explicou a coordenadora.

HUM - O atendimento do Sareh é feito por professores e pedagogos da rede estadual de ensino. Nos hospitais, os estudantes são acompanhados por quatro profissionais (três professores e um pedagogo), que passam por um processo de seleção específico para a função. O HUM tem mais uma servidora, que trabalha com ensino fundamental e é disponibilizada pelo município. São elas: a pedagoga responsável, Ione Ananias; Janaína de Freitas, que trabalha com a área de Exatas (matemática, física, química e biologia); Madalena Soratto Gula, da área de Humanas (história, geografia, filosofia e sociologia); Angela Morotti, que atende os alunos das séries iniciais e da Educação Infantil; e Angela Gois, da área de Linguagem (língua portuguesa, língua estrangeira moderna, educação física e arte).

No Hospital Regional, de 2011 até o mês de maio de 2017, foram mais de 1300 crianças atendidas com atividades pedagógicas e encaminhados os relatórios às escolas de origem dos alunos. Em nível estadual, o programa garantiu nos últimos sete anos o acesso à escolarização a mais de 42 mil estudantes em período de internação.

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Um desses estudantes é Beatriz dos Santos Alves (foto, à esquerda), de 13 anos, que está internada há uma semana no HUM. Ela disse que teve aulas de história, continuando as tarefas que foram dadas na escola. “Acho muito bom, porque a gente não perde o conteúdo durante o tempo que fica aqui. A gente não fica sem nota”. Débora Pereira (foto, à direita), 12 anos, há duas semanas internada no HUM, teve aulas de matemática e acha que “as professoras do Sareh ajudam a gente a não perder o ano”.

Silvana Santos, mãe de Maria Clara, de 3 anos, falou que as idas da professora à enfermaria incentivam muito as crianças. “Elas ficam entediadas no hospital e quando começam a fazer as tarefas acabam se distraindo um pouco. Muda o humor”, explicou.

10 anos – As atividades comemorativas da primeira década do Sareh se encerraram nesta quinta-feira (8). De acordo com Ione Ananias, desde segunda (5), a programação contou com uma exposição das atividades dos alunos atendidos pelo projeto; um painel de fotos de atendimento do Sareh; distribuição de flores de EVA na enfermaria; distribuição de lixeiras para carros; e apresentações de vídeos de curta metragem do Youtube sobre ecologia, já que esta é a Semana Mundial do Meio Ambiente (5 a 9 de junho) e esse é o tema da discussão proposta este ano pela equipe do Serviço.

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A cerimônia teve, também, uma apresentação da cantora Marilaine Tenório, que deu apoio a alunos da Escola de Música da UEM. Eles foram coordenados pela professora Maria Goreti Pellacani, que disse que é um presente oferecer música ao ambiente hospitalar, “para trazer paz, tranquilidade aos pacientes. As pessoas vêm falar de como isso diminui o estresse, esse peso do ambiente de internamento. Então, para a gente isso é um presente”.