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Além das conclusões, vários encaminhamentos foram tirados durante o II Paraná Ecológico, todos incluídos na "Carta Final" do evento

A comissão organizadora do II Paraná Agroecológico finalizou a Carta Final do evento, realizado de 21 a 26 de novembro de 2016, na Universidade  Estadual de Maringá (UEM), que será enviada a todas as instituições governamentais e não governamentais que lidam direta ou indiretamente com a Agroecologia e Produção Orgânica.

 A Carta cita como uma das principais conclusões do Encontro a reafirmação sobre a importância da agroecologia como estratégia indispensável para o desenvolvimento sustentável, o que se evidencia pela sua sintonia com os “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS” preconizados pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Outra conclusão importante foi que a pesquisa em agroecologia precisa ter uma abordagem metodológica multidimensional e interdisciplinar, envolvendo a participação efetiva dos agricultores e agricultoras familiares.

Ainda segundo o documento, é primordial para o desenvolvimento da agroecologia que haja a efetiva interação de trabalho e ações práticas entre a pesquisa, o ensino e a extensão rural, nos seus diversos níveis.

Uma última conclusão, conforme a Carta, foi a recomendação  da elaboração e/ou valorização de políticas públicas e de experiências comunitárias de produção e abastecimento de alimentos produzidos de forma agroecológica.
       
Encaminhamentos

Também foram aprovadas, na última sessão plenária do evento, várias propostas de encaminhamentos. Uma delas é a reafirmação da importância do Programa Paranaense de Certificação de Produtos Orgânicos como política pública para o avanço da produção orgânica e agroecológica do Estado.

Outro encaminhamento aprovado foi que seja iniciada nos espaços institucionais e movimentos que promovem a agroecologia a discussão de estratégias e iniciativas que sensibilizem e motivem a academia e demais órgãos “responsáveis” e/ou que financiam a educação de que é necessário um tratamento diferenciado em relação aos cursos técnicos, de graduação e pós-graduação em agroecologia. Isso no que diz respeito à grade curricular, métodos de ensino, quantidade de horas/aula, espaços de ensino, entre outros.

Também foi tirado como encaminhamento que a Comissão Estadual de Produção Orgânica (CPOrg/PR), com o apoio da Câmara Setorial de Agroecologia e Agricultura Orgânica/CEDRAF/PR, discuta e busque aprovar a proposta de  incorporar nos sistemas de rotulagem de produtos e nas compras institucionais dos governos a categoria “produtos em conversão”, visando estimular os agricultores a mudarem seu sistema de produção para o agroecológico.

Os participantes do Encontro ainda resolveram elaborar uma Moção de Repúdio ao governador José Ivo Sartori, do Rio Grande do Sul, por ter enviado à Assembleia Legislativa Estadual projeto propondo a extinção da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro); e aprovar uma Moção de Repúdio à Direção do Centro Estadual de Educação Profissional Agrícola Getúlio Vargas, em Palmeira, Paraná, pela não abertura e cancelamento de turma de 1a série do Curso Técnico em Agroecologia Integrado para o ano letivo de 2017, mesmo tendo alunos inscritos e classificados para o Curso.

Além disso, determinaram que devem ser fortalecidas a CPOrg/PR e a Câmara Setorial de Agroecologia e Agricultura Orgânica/ Cedraf/PR, para que sejam priorizadas como espaços de articulação dos vários integrantes das redes que têm surgido (Assistência Técnica e Extensão Rural/Ater, pesquisa, etc.) e entre as redes e demais interessados.
Ainda foi reforçada, pelos participantes do Evento, a importância da continuação e do fortalecimento do Programa de Ater Pública do extinto MDA, como estratégia de grande impacto para a ampliação e a consolidação da produção em base ecológica no Estado.

Eles sugeriram que essa matéria possa ser discutida na Câmara Setorial de Agroecologia e Agricultura Orgânica/Cedraf/PR, no CPOrg/PR e no Cedraf, resultando em documento de apoio ao referido Programa, a ser encaminhado ao Ministério pertinente do Governo Federal.

Por fim, destacaram a contribuição importante do trabalho do Instituto Emater para a consolidação da Agroecologia e Produção Orgânica. Para que essa contribuição se amplie, é necessária a redução da defasagem no quadro de pessoal, com a contratação de novos profissionais e a capacitação continuada dos técnicos, em especial em nível de pós-graduação.

"Bem viver"

A ideia é que a Carta Final seja endereçada a toda sociedade brasileira, em especial à sociedade paranaense, para que tomem ciência dos temas que atualmente giram em torno da agroecologia e para que se solidarizem com esta proposta de promoção do “bem viver.”

O II Paraná Agroecológico foi realizado pelo Núcleo de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável (Nads), Centro Vocacional Tecnológico em Agroecologia e Produção Orgânica (CVT-PR), Programa de Pós-Graduação em Agroecologia, Mestrado Profissional (MPA) e núcleos de estudos em Agroecologia do Paraná (NEAs PR).
A promoção do Encontro foi da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab-PR) e das suas afiliadas, contando com apoio financeiro de vários órgãos e instituições federais e estaduais.

Leia, a seguir, a carta na íntegra

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