Vestibular inverno 2012 44A0690-2

A prova de língua estrangeira será classificatória e não eliminatória, além disso a Universidade criou um sistema de aproveitamento de vagas remanescentes. As mudanças foram referendadas pelo CEP

A Universidade Estadual de Maringá aprovou algumas medidas a serem aplicadas nos sistemas de ingresso nos cursos de graduação, na modalidade presencial, incluindo os dois vestibulares anuais que a UEM oferece e também o Processo de Avaliação Seriada (PAS), dirigido a estudantes do ensino médio.

Uma das medidas diz respeito à prova de língua estrangeira que a partir do Vestibular de Inverno 2017 será classificatória e não mais eliminatória. Significa que se um candidato obtiver nota zero nesta prova permanecerá na disputa pela vaga. Pelos critérios adotados nos concursos anteriores, ele estaria automaticamente eliminado. 

Para estudar o assunto, foi instituída uma comissão especial, presidida pelo professor Evandro Luís Gomes, do Departamento de Filosofia da UEM. Ele explica que a comissão foi nomeada pela Reitoria, a partir de uma demanda da Comissão Central do Vestibular Unificado (CVU). 

O objetivo, segundo Gomes, foi promover melhorias nos processos seletivos para os cursos de graduação da UEM, ampliando a gama de alunos classificados nos concursos. Isso porque uma avaliação feita com base nos vestibulares dos últimos cinco anos revelou alta porcentagem de candidatos reprovados na prova de língua estrangeira. 

“No Vestibular de Inverno de 2014, por exemplo, cerca de 40% do total de inscritos obtiveram nota zero nesta prova”, relata o presidente da comissão. Segundo ele, em muitos casos, esses candidatos alcançaram pontuações nas outras provas que superaram a de outros vestibulandos. Significa que eles teriam condições de concorrer a uma vaga.

A proposta final da comissão foi formatada após ampla discussão. A matéria passou pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEP) que referendou a mudança.

Para o professor Evandro Gomes, a proposta não se reflete na ideia de que a língua estrangeira é irrelevante em um processo seletivo. Ao dar a ela o caráter eliminatório, a UEM está considerando que o estudo da língua pode ser um discriminador social, à medida que privilegia quem tem acesso aos cursos extras.

Gomes destaca ainda que, antes de finalizar a proposta, a comissão fez um levantamento dos critérios adotados por outras instituições. Em muitas instituições, como a Unicamp e a Federal do Paraná, a prova de língua estrangeira também não é eliminatória. O mesmo vale para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e a Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular), que realiza os exames vestibulares para universidades como a USP.

Vagas remanescentes

O CEP ainda aprovou o Processo de Aproveitamento de Vagas Remanescentes, que permite o ingresso nos cursos de graduação da UEM a partir das vagas que não são preenchidas e para as quais não há candidatos em lista de espera para ocupá-las.

As regras estão detalhadas na Resolução nº 03/2017 do CEP.  Em termos gerais, qualquer candidato classificado no vestibular da UEM ou no PAS, que não efetuou matrícula, pode fazer a opção por um dos cursos com registro de vaga remanescente. 

Caberá à Diretoria de Assuntos Acadêmicos fazer a publicação dos editais de chamadas específicas. A classificação dos candidatos se dará por meio de um novo escore, calculado pela somatória das pontuações obtidas na Prova de Conhecimentos Gerais e Redação. 

Por esse critério, os candidatos serão ranqueados em duas listas, uma para cotistas e outra para não cotistas. Por ordem de classificação, o preenchimento das vagas vai começar pela lista dos cotistas. Se houver sobra, as vagas serão abertas para os candidatos não cotistas. 

Preenchimento de vagas pelo Enem 

Caso ainda persistam vagas remanescentes, elas serão ofertadas para candidatos que prestaram o Enem nos últimos três anos e e que tenham obtido, no mínimo, 400 pontos na média das cinco provas do Exame.

Importante destacar que a proposta também é resultado do trabalho de uma comissão, presidida pela professora Juliana Scanavaca, formada com o objetivo de viabilizar o aproveitamento de vagas. Segundo ela, a expectativa é que o novo regulamento reduza o número de vagas ociosas, na perspectiva de que os investimentos alocados aos cursos não sejam subutilizados.

CPF obrigatório

Todas essas mudanças passam a valer já a partir do Vestibular de Inverno de 2017, cujas inscrições serão abertas no dia 10 de abril. A presidente da CVU, Maria Raquel Marçal Natali, explica que neste concurso também entrará em vigor a obrigatoriedade do candidato informar o número do CPF (Cadastro de Pessoa Física). 

A medida, segundo a presidente da CVU, atende uma normativa da Federação dos Bancos para a geração de boletos. “Se o candidato não informar o número do próprio CPF não há como efetivar o processo de inscrição”, alerta Maria Raquel.

A pró-reitora de ensino, Ana Tiyomi Obara, destaca que ambas as medidas visam ampliar o acesso dos estudantes aos diversos cursos ofertados pela UEM, garantindo, ainda que os investimentos públicos cumpram seus objetivos.