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Na data em que se comemora o Dia Mundial da Água, dois professores da UEM falam sobre questões que atingem diretamente a cidade de Maringá

A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu 22 de março como o Dia Mundial da Água, com a proposta de que sejam fomentadas discussões e políticas de proteção a esse que é o principal recurso natural de que dispõe a humanidade. 

Marino Elígio Gonçalves, professor do Departamento de Direto Privado e Processual da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e membro do Comitê Gestor Meio Ambiente, aproveita a data e discute a situação em Maringá. Segundo ele, vários riachos que cortam a cidade sofrem com a poluição, seja decorrente do lixo ou lançamento de esgoto. Além disso, os fundos de vales muitas vezes são ocupados indevidamente e pouca proteção de mata ciliar. “É verdade que nessa última década tem sido despendido esforços para a proteção dessas áreas, todavia, ainda não são suficientes”, avalia o professor.

Outro ponto que merece atenção é a proliferação de poços artesianos, sobretudo, com o avanço dos altos edifícios. Marino diz que a fundação desses poços, principalmente se não forem controlados, podem provocar uma diminuição das águas dos lençóis freáticos e o desaparecimento de diversas minas d´água, a exemplo do que ocorreu no Parque do Ingá.

O professor do departamento de Geografia da UEM, Jorge Villalobos, cita e explica o problema dos Fundos de Vale. Para ele, são áreas que têm relevante importância ambiental e na qual estão localizados cursos de água, rios e córregos que formam parte da gestão territorial do município. Isso está explicitado no próprio plano diretor municipal, que é o principal instrumento de planejamento da cidade, sendo de natureza participativa e no qual se estabelecem as exigências fundamentais de ordenação do território municipal.  

Os Fundos de Vale são utilizados, principalmente, para a destinação das águas pluviais. Para Villalobos, o problema consiste na diminuição de áreas permeáveis na cidade, o que faz com que a água da chuva escoe toda para os fundos de vale, através das galerias, levando consigo toda a poluição da cidade. Por esse caminho, acaba contaminando as águas do rio, destruindo os canais naturais por onde estes normalmente correm.

“A população deve participar do processo do plano diretor, haja vista que este é garantia do direito a cidades sustentáveis, bem como um meio para uma gestão democrática da política urbana, e nesse sentido reivindicar melhorias no tratamento do tema da água e dos fundos de vale” opina o professor. “Os engenheiros devem procurar novas alternativas para esses conflitos, de modo a prevenir o dano ambiental”, finaliza. 

Marino Gonçalves lembra que uma solução é estruturar o setor da construção civil para que as edificações sejam dotadas de sistema de captação de águas das chuvas para o reuso na própria residência ou estabelecimento. Além de disseminar o uso consciente e evitar o desperdício, aproveitando a água para outros fins. O professor reforça sobre a necessidade de desenvolver um amplo e continuado processo de Educação Ambiental, com vistas a formar consciências críticas e alterar os hábitos que culturalmente desprezaram a Natureza. 

Os professores também destacam que pouco menos de 3% de toda a água do planeta corre em rios, lagos e geleiras e é considerada água doce. O Brasil, apesar de ser privilegiado pelo reservatório Aquífero Guarani com área de 1, 2 milhão de quilômetros quadrados de extensão, não possui uma distribuição equilibrada. Além do que, antes de aproveitar os recursos subterrâneos é preciso recuperar e proteger as águas superficiais, principalmente dos rios e lagos.

 

*(Com orientação dos jornalistas da Assessoria de Comunicação)

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