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Segunda noite de colação de grau dos formandos do câmpus sede ocorre hoje (17) a partir das 19 horas, também no Parque de Exposições

 

Com as arquibancadas totalmente ocupadas, na arena do Parque de Exposições Francisco Feio Ribeiro, foi realizada, ontem (16), a primeira noite de colação de grau dos formandos do campus-sede da Universidade Estadual de Maringá (UEM), quando 837 graduandos de 16 cursos receberam seus diplomas de conclusão de curso.

Entre os formandos, 14 receberam a láurea acadêmica por terem obtido nota 9 ou mais em dois terços de todas as disciplinas do curso. A maioria, 9, era do curso de Direito. Os demais laureados se formaram em Bioquímica (1), Ciências Contábeis (2), Engenharia Química (1), e Ciências Econômicas (1). Autoridades acadêmicas, da classe política e jurídica, sindical, além de representantes das polícias civil e militar prestigiaram o evento. O secretário de Fazenda de Maringá, Orlando Chiqueto Rodrigues, representou o prefeito Ulisses Maia.

O reitor Mauro Baesso, convicto de que os formandos passaram por um processo de transformação durante a vida acadêmica, lamentou que apenas um a cada sete jovens brasileiros concluem o ensino superior. Destes, somente 20% passam pela universidade pública. Baesso advertiu que o ensino público enfrenta um momento muito delicado, motivo pelo qual será preciso resistência.

Segundo o reitor, o regime de dedicação exclusiva dos professores pode acabar, por determinação do governo estadual, representando um ataque às instituições de ensino superior públicas paranaenses, pois vai mexer "no DNA" da UEM por exemplo. Isso porque, conforme ele, não é possível produzir pesquisa de qualidade sem o envolvimento do docente em tempo integral.

Baesso ainda enalteceu o fato de que a UEM, com apenas 47 anos de existência, já é comparada, pela excelência no ensino, na pesquisa e na extensão, à universidades com mais de mil anos de fundação. O reitor pediu aos formandos que defendam a UEM onde estiverem e desejou a eles sucesso na vida profissional, utilizando, para o bem da sociedade, o conhecimento adquirido na universidade.

Encarar os desafios

O vice-reitor Julio César Damasceno dirigiu-se aos graduados frisando que eles fazem parte agora de um seleto grupo que passou pela UEM e fará a diferença em nossa sociedade. De acordo com ele, a população paranaense investiu seus esforços e dinheiro para possibilitar aos formandos estarem ali.

Damasceno também lamentou o momento de dificuldade enfrentado pelas universidades públicas. Mesmo assim, lembrando uma frase recorrente do reitor Mauro Baesso, o vice sugeriu aos formandos encarar os desafios em vez de assumirem que as coisas estão difíceis. Para ele, a fase delicada do ensino superior público representa uma etapa de reformulação. Por fim, desejou aos recém-formados que construam seus próprios caminhos, "com muita esperança e força".

"Tente alguma coisa"

Carlos Eduardo Souza de Oliveira, orador geral, parafraseando o ex-presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, citou, no início do discurso a frase "acima de tudo, tente alguma coisa", para em seguida lançar as perguntas "por quê? Por que acima de tudo tente alguma coisa? Para ele, "entrar numa universidade pública de credibilidade nacional foi uma grande conquista. Mas sair dela ... Ah, isso não tem preço! E nós estamos aqui".

Citou, como uma das partes mais difíceis para os formandos, durante a trajetória estudantil, ter que deixar os pais. E a segunda etapa mais difícil foi o primeiro dia de aula. Conforme ele, amizades construídas durante o curso perpetuarão para além da vida acadêmica. Encerrando a fala, Carlos Eduardo, do curso de Engenharia Química, respondendo à pergunta feita no início do discurso, disse: "se não fosse pela tentativa de chegar ao êxito, isso aqui estaria acontecendo? Acima de tudo, tente alguma coisa".

 Educação libertadora

Paraninfo geral dos formandos, o professor Dante Alves Medeiros Filho, do Departamento de Informática da UEM, enfatizou, no discurso, a importância do conhecimento para elevar o nível de desenvolvimento de uma nação. Afirmou que entre alguns países emergentes como Índia, China Rússia, apenas o Brasil não possui alguns indicadores como a produção de microprocessadores, o domínio total da energia nuclear e de programas espaciais.

Segundo ele, falta o investimento numa educação "libertadora e transformadora", porque, do contrário, o Brasil permanecerá tendo um modesto conhecimento científico, que impede agregar valores à produção industrial. Conforme Dante, as universidades públicas podem contribuir bastante neste processo, por terem o conhecimento de vanguarda estabelecido.

"Toda a diferença"

Formada em Arquitetura e Urbanismo, Mariana Amábile Bofete Santana, 23 anos, já está trabalhando num escritório da área onde começou como estagiária. Sobre a sensação de concluir o curso numa instituição pública, Amanda disse que "faz toda a diferença" e a cerimônia de colação de grau, na opinião dela, significa o reconhecimento do esforço dos alunos. Também já  trabalhando em sua área de atuação, Diogo Gemaque Cantuária, 30 anos, concluiu o curso de Administração. Na avaliação dele, o curso prepara muito bem seus profissionais.

Diogo saiu de Macapá, há 10 anos, e sem perspectiva de vida encontrou na UEM "um outro mundo", em razão do conhecimento obtido e da interação com os demais colegas. O administrador entende que esta interação se deveu principalmente à diversidade de pessoas na universidade, que lhe possibilitou inclusive mudar sua visão fechada de mundo. Com a cerimônia de ontem, a UEM atingiu a marca de 67.287 profissionais formados.

A solenidade, com quase três horas de duração, teve o acompanhamento musical do grupo Areia. Nesta sexta-feira (17), a partir das 19 horas, também no Parque de Exposição, haverá a segunda e última noite da colação de grau dos formandos do câmpus de Maringá, com a entrega de diplomas para graduados de 24 cursos de graduação.

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