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Ao todo são cinco projetos aprovados no estado com financiamento de aproximadamente R$ 2 milhões. Os três projetos da UEM receberão cerca de R$ 1,2 milhão

A Fundação Araucária divulgou a relação dos cinco projetos aprovados pelo Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex), dos quais três são da Universidade Estadual de Maringá. A chamada pública é uma parceria entre a Fundação e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). O recurso disponibilizado é de aproximadamente dois milhões de reais, dos quais R$ 1,2 milhão será destinado para os três projetos da UEM.
Para diretor de Pesquisa da Universidade, professor Celso Vataru Nakamura, o resultado da chamada evidencia a qualidade dos grupos de pesquisa e participação importante da UEM no cenário científico do estado. Além de representar a captação de novos recursos para a instituição.

celso vataru nakamura

Nakamura, que também teve um projeto aprovado pelo edital, lembra que o Pronex é um programa nacional que financia estudos considerados de excelência. A proposta é apoiar a execução de projetos de grupos consolidados de pesquisas científica, tecnológica e de desenvolvimento, visando dar suporte financeiro à continuidade dos trabalhos. Na prática, estão envolvidos grupos de diferentes instituições.
No caso do projeto submetido por Nakamura, intitulado Núcleo de Excelência Multidisciplinar em Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos, Medicamentos e Cosméticos, haverá participação de grupos ligados aos Departamentos de Física, Química e Farmácia da UEM, e de pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e Universidade Tecnológica do Paraná. Ao todo são 28 pesquisadores envolvidos.

Com característica multidisciplinar e com vários subprojetos sob o guarda-chuva do Núcleo, um dos principais focos de pesquisa será a busca de substâncias para o tratamento da doença de Chagas e da leishmaniose, segundo Nakamura.

Óxidos Complexos - O professor Andrea Paesano Júnior, do Departamento de Física, também teve o projeto aprovado no Pronex. Trata-se do Núcleo Paranaense de Estudos em Óxidos Complexos. Ele destaca que há um histórico de pelo menos dez anos de pesquisas científicas, sempre orientadas pelos estudos dos óxidos complexos, com a colaboração de cientistas não só da UEM, mas de outras universidades, formando o Grupo de Pesquisa de Materiais Especiais, cadastrado no CNPq. Os pesquisadores inclusive já fizeram parte de outros dois Pronex, um pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e outro pela UEL.

Paesano Júnior explica que a proposta do Núcleo é fazer trabalhar na descoberta de novos materiais. Os estudos irão envolver óxidos sintéticos com propriedades magnéticas estruturais peculiares que tornam os materiais funcionais, com pesquisas também de óxidos de origem mineral. A aplicabilidade, segundo Paesano Júnio, pode se dar em dispositivos magnéticos e elétricos.

O coordenador da proposta explica que o Núcleo terá participação de professores da UEL, da UFPR, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná e da Universidade Estadual do Paraná, as duas últimas em Campo Mourão. No total são quinze pesquisadores envolvidos.Importadas antigas-Prof Andrea Paesano Junior

Herbicidas - O terceiro projeto aprovado intitula-se Bioprospecção de inibidores enzimáticos: estratégia para a descoberta de novos mecanismos de ação de herbicidas.

O professor Osvaldo Ferrarese Filho, coordenador do projeto, explica que o uso massivo e indiscriminado de herbicidas na agricultura tem levado ao aparecimento de biótipos de plantas daninhas resistentes. “Atualmente, são conhecidos aproximadamente 300 biótipos de plantas daninhas resistentes aos herbicidas comerciais. Isso despertou o interesse do nosso grupo na busca de herbicidas com novos sítios de ação, sendo este é o foco principal da proposta”, resume Ferrarese.

Segundo o professor serão utilizadas ferramentas de bioinformática para encontrar compostos inibidores para alvos específicos do metabolismo, que sejam diferentes dos atuais alvos dos herbicidas comerciais. “Os compostos serão testados, visando identificar seus potenciais como herbicidas. Testes para avaliar o potencial de contaminação de solo e água também serão realizados com as moléculas identificadas como ativas”, explica.

Ferrarese destaca que a prospecção de herbicidas com novos mecanismos ação, como indicado na proposta, “é uma estratégia capaz de assegurar que o controle químico de plantas daninhas continue a ser efetivo”.

Sobre a aprovação do projeto, o professor diz que o Pronex se caracteriza pela seleção bastante criteriosa de grupos de pesquisas em excelência, por isso a escolha da sua equipe é de fundamental importância não somente para fortalecer a UEM como reconhecida instituição de ensino e pesquisa, mas também elevar o nível dos diferentes laboratórios envolvidos no projeto. “Em nível pessoal, a aprovação representa, de certa forma, a consolidação de mais de duas décadas de dedicação à pesquisa cientifica”, frisa o professor.

Escolhidas-Osvaldo Ferraresi Filho-0248Ferrase também foi participante de outro Pronex aprovado no âmbito da Fundação Araucária. Segundo ele, esse novo projeto representa, em parte, uma continuidade do anterior, e conta com praticamente a mesma equipe de trabalho.

A composição do Núcleo envolve quatro laboratórios da UEM, liderados por pesquisadores bolsistas de Produtividade nível 1, um laboratório da UFPR, com a participação de um pesquisador bolsista Produtividade nível, dois laboratórios colaboradores da UEM, e três grupos emergentes (Palotina, Paranavaí e Umuarama). No total, o Núcleo agrega 20 pesquisadores docentes e 25 alunos de graduação e de pós-graduação.