Algumas reformas estruturais estão mudando a rotina do Hospital Universitário Regional de Maringá (HU), com reflexos positivos para a população. Como exemplo, estão os atendimentos na área de ortopedia que, ao contrário de um passado recente, hoje não registra fila de espera. A solução do problema, considerado crônico dentro do HU, se deu com medidas simples: a ampliação de seis novos leitos e a disponibilidade de duas equipes médicas, uma para atendimento e outra para os casos cirúrgicos, segundo apontou o superintendente do hospital, Maurício Chaves Júnior. 

Com as pequenas adequações no fluxo de atendimento, aliado a aquisição de novos equipamentos, o hospital aumentou consideravelmente a capacidade de internação. Os números falam por si. Até o final do ano passado, a média mensal de internação era de 750 pacientes. Subiu para 800 em janeiro, 900 em fevereiro e mil em março.

Suporte de reserva – Importante destacar que parte dos 27 novos leitos estão sendo utilizados dentro de uma dinâmica que permite trabalhar com suporte de reserva que podem ser acionados para isolamento de paciente. “São leitos fundamentais no tratamento de pacientes com gripe H1N1”, exemplificou Maurício Chaves Júnior.

O plano de reestruturação ainda prevê reformas no Pronto-Atendimento que incluirá a implantação de uma sala de acolhimento com classificação de risco. A proposta é que logo ao chegar ao hospital o paciente passe por uma triagem feita por uma equipe de atendentes que irão identificar os casos de urgência e emergência, priorizando o atendimento daqueles que correm riscos e dependem de um tratamento imediato.

Novos leitos e salas cirúrgicas– Mudanças ainda mais impactantes deverão vir até o final de 2017, quando estiverem concluídas as obras do Centro Cirúrgico e do bloco de enfermaria adulta, que irá abrigar cem novos leitos. Com pouco mais de 4,2 mil m², a primeira etapa de construção do Centro Cirúrgico já está em fase de conclusão. A segunda e última etapa deve estar concluída até o final do próximo ano, com a oferta de onze novas salas cirúrgicas. O prazo deve coincidir com o término do bloco para abrigar cem novos leitos.

O Governo do Estado autorizou a construção e garantiu o repasse de R$ 14,3 milhões para a construção. As obras já tiveram início na semana passada. “O HU passará a contar com 250 leitos, praticamente dobrando a capacidade atual”, disse Mauro Baesso, lembrando que 100% dos atendimentos do hospital são feitos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Hospital Escola - Além de ser referência em uma região de mais de 130 municípios, o HU é um hospital escola e atua na formação de futuros profissionais na área de saúde. Nesse aspecto, os novos leitos poderão abrir a discussão quanto à ampliação de vagas na graduação. No curso de Medicina, por exemplo, as atuais diretrizes curriculares estabelecem que para cada vaga ofertada, tenham disponíveis cinco leitos hospitalares para campo de estágio dos estudantes. O curso da UEM abre, hoje 40 vagas anuais. “Estamos caminhando para atender essas diretrizes”, reforçou o superintendente.

Contratações -  O governador Beto Richa também autorizou a nomeação imediata de 138 servidores para HU da UEM. Segundo o superintendente essas nomeações não constituem expansão de vaga, apenas reposição daqueles servidores exonerados ou aposentados. Segundo o reitor, a UEM aguarda o documento de nomeação dos servidores, o que deve acontecer ainda esta semana. A expectativa é que nos próximos 60 dias os 138 servidores já estejam trabalhando. A superintendência do Hospital aguarda a nomeação dos aprovados em concurso público realizado em 2015.

Doenças raras – O reitor da UEM ainda destacou que a atual gestão trabalha para implantar, dentro do HU, o Centro de Referência em Doenças Raras. O primeiro passo já foi dado com a entrega do projeto no Ministério da Saúde. A proposta é construir um prédio de oito andares que servirá não só para o atendimento aos pacientes, mas também para pesquisa na área. “Estamos empreendendo esforços no sentido de obter a verba necessária, que é de R$ 60 milhões”, disse o reitor, destacando que o Governo do Paraná vem investindo no Hospital e que espera também a contrapartida do Governo Federal.