A UEM promove uma exposição para marcar o Dia Mundial de Saúde Mental, comemorado em 10 de outubro. Intitulada Auspícios da Loucura, a mostra reúne produções artísticas de alunos de Artes Visuais da UEM e pode ser vista até dia 17 deste mês na Biblioteca Central (BCE).

Segundo a coordenadora, Maria Aparecida de Moraes Burali, podem ser vistos banners sobre a luta contra manicômios e sobre atendimentos possíveis na área da saúde para os pacientes, fotografias e silhuetas que contam um pouco da trajetória da reforma psiquiátrica brasileira na árdua luta para oferecer tratamento digno às pessoas com transtornos mentais, defendendo a bandeira de que ‘a liberdade é terapêutica’.

A mostra pretende, por meio do trabalho artístico, sensibilizar quanto ao modo de atender a pessoa em sofrimento psíquico, convidando o público a percorrer um labirinto que remete à experiência da loucura. A mensagem principal é que ser louco, sofrer psiquicamente, é uma condição humana que demanda cuidados e não mais um tratamento opressivo e com foro de prisão, conforme ainda é prestado pelas instituições psiquiátricas totais. Pretende mobilizar a comunidade sobre as mudanças que estão em processo, produzir informação e reflexão sobre velhos e novos modos de cuidar das pessoas que vivem esta experiência, lembrando que precisamos construir ‘uma sociedade sem manicômios’ e que essa é ‘uma responsabilidade de todos nós’, ressalta a professora.

O evento é promovido pela UEM, por meio do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre o Higienismo e o Eugenismo do Departamento de Psicologia (Gehpe), que produz estudos e pesquisas que objetivam desvelar o quanto os discursos e ações produzidos no cotidiano estão travestidos do ideário de higiene social, exclusão dos que fogem da norma social e valorização dos mais fortes e bem criados.