A professora Angela Caniato (foto), do Departamento de Psicologia, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), foi contemplada com a medalha da Asociación Latinoamericana para la Formación y la Enseñanza de la Psicologia (Associação Latino-Americana de Treinamento e Ensino de Psicologia)/Alfepsi.

Trata-se do maior reconhecimento latinoamericano pela contribuição de um profissional da psicologia com o ensino e a pesquisa.
Angela foi indicada ao Prêmio pela Associação Brasileira de Ensino da Psicologia (ABEP) e receberá a medalha durante a cerimônia de inauguração do IV Congresso da Alfepsi, no dia 7 de outubro deste ano, na Universidad Cooperativa de Colombia, em Santa Marta.

O principal objetivo do evento é criar um espaço para troca de experiências acadêmicas e profissionais, que propiciem o desenvolvimento de uma psicologia pluralista, contribuindo para o bem-estar e desenvolvimento da população latino-americana. Estarão presentes, como conferencistas, pesquisadores do Brasil, Colômbia, México, Argentina, Costa Rica, Peru, Chile e Cuba.

A professora diz que se sente muito honrada por ter sido escolhida por unanimidade no processo de seleção para a Medalha Alfepsi 2015. “Fui informada, por uma das colegas que integrou a banca, que meu nome havia sido indicado dentre vários outros intelectuais da América Latina que passaram por uma avaliação epistemológica do currículo, além de ser pontuada a perspectiva politica frente às questões vividas pelos  homens na América Latina , segundo as diretrizes político- científicas da Alfepsi”, afirma Angela.

”De fato, desde a minha tese de doutorado (década de 80-90), em que meus sujeitos de pesquisa foram ex-presos políticos torturados pela Ditadura Civil Militar de 1964, precisei iniciar contatos (que continuam até os dias de hoje) com intelectuais da América Latina, pois não havia no Brasil produção teórica na área de uma leitura crítica da psicanálise, que considerasse a historicidade dos fatos em questão e a dimensão indivíduo-sociedade na estruturação das subjetividades: como entender o sofrimento de indivíduos torturados?”, diz a professora.

”Esse foi o grande pulo epistemológico que passei a construir desde então, em que articulo a psicanálise com a teoria crítica de Theodor Adorno, da Escola de Frankfurt”, assinala. Angela diz entender ainda que foi a vida acadêmica que desenvolve na UEM desde 1972, que lhe permitiu um contato contínuo com a metodologia científica, em especial agora na Pós-Graduação em Psicologia, quando participou dessa disciplina com o professor Eduardo Tomanik durante cinco anos. Para ela, essa vivência na academia a manteve sempre vinculada à produção científica. “Portanto, devo muito a Universidade Estadual de Maringá”, diz.

A professora também acrescenta o fortalecimento que obteve da sua identidade profissional de psicóloga quando foi convidada a integrar o Conselho Federal de Psicologia na gestão 2011-2013, “o que me valeu a ampliação da compreensão, do fortalecimento e da amplitude da psicologia como ciência e profissão, e os consequentes enganos que subsistem na formação do psicólogo no Brasil”.