Com a participação de várias autoridades, foi lançado, ontem (30), no Sesc de Maringá, o livro Maringá: Transformações na Ordem Urbana, publicado pela Editora Carta Capital. Elaborada pelos pesquisadores do Núcleo UEM/Maringá do Observatório das Metrópoles, a obra resulta de um trabalho da equipe do Observatório que produziu uma análise minuciosa sobre a Região Metropolitana de Maringá (RMM), revelando dados e reflexões produzidas por seus pesquisadores.

 

Na solenidade, a coordenadora do núcleo de Maringá, Ana Lúcia Rodrigues, lembrou que o crescimento da Região Metropolitana de Maringá é caracterizado pela concentração de recursos financeiros na cidade polo e pelo crescimento de postos de trabalho.

A coordenadora assinalou, entre outras coisas, que 85% da ocupação dos postos de trabalho da RMM (26 cidades) estão concentrados em Maringá. São cerca de 40 mil trabalhadores que se deslocam diariamente de suas cidades para trabalharem em Maringá. E a política de moradia não incorpora esta movimentação o que, de acordo com ela, impacta um problema gravíssimo, que é a mobilidade.

Ainda conforme a coordenadora, menos de 1% da frota do transporte público atende a estes trabalhadores de fora. A mobildade deles acaba ocorrendo, na maioria dos casos, por meio de veículos de propriedade privada. Para Ana Lúcia, o problema precisa ser resolvido de forma conjunta, numa esfera metropolitana horizontalizada, sem que haja hierarquia.

O lançamento oficial do livro, que agrega conteúdo sobre as mudanças ocorridas no território regional no período de 1991 a 2010, contou com a participação do coordenador nacional do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Observatório das Metrópoles e professor-titular do IPPUR/UFRJ, Luiz César de Queiroz Ribeiro, que ministrou palestra sobre Transformações na Ordem Urbana Brasileira.

Em linhas gerais, Ribeiro traçou um cenário econômico da política nacional, demonstrando como se deu, a partir das década de 1990, por meio do modelo neolioberal na política econômica, o desenvolvimento das metrópoles brasileiras no período.

Sob a mediação do jornalista Domingos Trevizan, alguns dos pesquisadores do Núcleo UEM/Maringá, autores de capítulos do livro, participaram de uma mesa-redonda: Paulo Roberto de Souza, que abordou o aspecto das desigualdades no mercado de trabalho; Beatriz Fleury e Silva, que falou a respeito da moradia; e Fabíola Cardovil, que discorreu sobre o aspecto da mobilidade.

Segundo os autores, a Região Metropolitana de Maringá vem apresentando crescimento menor que o observado na década 1991/2000, acompanhando as reduções observadas no Estado do Paraná e no Brasil para o mesmo período. “As maiores taxas de crescimento no período de 2000/2010 são encontradas nos municípios de Maringá (2,15%), Santa Fé (1,64%), Mandaguaçu (1,63%), Paiçandu (1,57%), Sarandi (1,49%) e Floresta (1,48%), sendo que, exceto os municípios de Paiçandu e Sarandi que apresentaram diminuição no crescimento, os demais apresentam taxas maiores do que aquelas observadas no período anterior”.

Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (44) 3011-4287 ou nos canais na web: http://observatoriodasmetropolesmaringa.blogspot.com.br/, https://www.facebook.com/observatoriometropolesmaringa e https://www.flickr.com/photos/observatoriodasmetropolesmga.