O Conselho Técnico-Científico da Educação Superior da Capes (CTC), reunido em 9 deste mês, aprovou o doutorado em História da UEM. O PPH, que já oferecia o mestrado, tem área de concentração em História: Política e Cultura, e linhas de pesquisa em História, Cultura e Narrativas e História Política. O processo seletivo para o doutorado será lançado no primeiro semestres de 2015. 

A coordenadora do PPH, Solange Ramos de Andrade, destaca que “o corpo docente do programa de Pós-Graduação em História da UEM apresenta, no processo de criação do nível de doutorado, a readequação da sua área de concentração conforme a evolução, a redefinição de interesses e a produção da equipe proponente. Em adição, sublinham-se a importância do campo proposto e o seu vigor nos meios acadêmicos brasileiros. No entanto, enfatiza-se a sua singularidade, uma vez que até o presente momento não existe um programa com área de concentração idêntica à definida pelo PPH-UEM”.

“A linha de pesquisa História, Cultura e Narrativas propõe-se como objetivo abrir um canal de comunicação e de diálogo entre a história e a cultura, por intermédio das narrativas que as permeiam, entendidas como práticas sociais que são produto/produtoras da realidade social. Já a História Política constituiu as primeiras matrizes que alicerçaram a construção da disciplina de História”. Ramos Andrade diz que, nos últimos anos, o Departamento de História da UEM foi profundamente renovado pelo retorno de vários docentes que concluíram seus doutorados, o que permitiu a consolidação de um perfil muito diferente daquele existente anos atrás. “Temos agora a massa crítica necessária para conduzir o Programa de Pós-Graduação em História nos níveis de mestrado e doutorado”. “Um indício dessa afirmação pode ser encontrado no próprio caráter do programa e nas linhas que o constituem. A implementação de um programa de doutorado exige a articulação das atividades de ensino e pesquisa no âmbito dos cursos de graduação, especialização e mestrado mantidos pela instituição e integração horizontal e vertical em torno das linhas de pesquisa. As linhas, assim, devem surgir dos interesses e das preocupações oriundas da base de pesquisadores disponíveis. A tradução dessa preocupação expressa-se na definição das linhas frente à nova realidade do departamento. É nosso objetivo permanente que as linhas venham a imantar os interesses de cada docente, potencializando a constituição de um programa que alinhe todos os níveis, da graduação à pós-graduação, da iniciação científica ao doutorado”. A coordenadora complementa que “essa preocupação de integração é central porque temos, nas atividades de iniciação científica, nos cursos de especialização e do mestrado, nossa clientela potencial. Consideramos ainda o enriquecimento que o programa trará para a comunidade universitária, com a presença constante de convidados, debates, seminários de pesquisa e atividades congêneres”. “Desde a concepção do projeto do programa, cuidou-se atentamente de valorizar a relação entre pesquisa e ensino, articulando o ensino às linhas de pesquisa consolidadas no departamento. Destaque-se que as duas linhas surgiram e foram estruturadas a partir da observação da produção de objetos e interesses comuns, por meio de um amplo debate entre os docentes. Foi realizado cuidadoso mapeamento do percurso acadêmico de cada professor, sobretudo no que diz respeito à formação (pós-graduação) e publicações, no sentido de orientar a formulação das duas linhas a partir da experiência concreta de pesquisa de cada participante potencial. Nas trajetórias diversificadas destacaram-se, de início, vários campos potenciais. Por motivos diversos, os cenários foram se afunilando e as linhas, aos poucos, configuraram-se em projetos”. “Os dois grandes blocos temáticos a que chegamos, assim, emergiram de uma avaliação criteriosa do grupo proponente e de uma ponderação cuidadosa das atividades realizadas no programa de mestrado. Precisávamos ter clareza de nossa identidade intelectual para que a proposta fosse fundamentada. Após esse procedimento esclarecedor, temos um quadro bem definido de nosso perfil. Destacou-se um grupo de profissionais cuja trajetória fora marcada pelo interesse em torno do tema História, Cultura e Narrativas e outro grupo que circundava o tema da História Política”. “Cumpre ressaltar que as linhas foram criteriosamente pensadas e repensadas. A linha de História, Cultura e Narrativas, por exemplo, tem o suporte dos resultados altamente positivos da experiência vivenciada nos dois programas de mestrado articulados pelo DHI, o primeiro em consórcio com a Universidade Estadual de Londrina e o segundo por meios próprios. O patrimônio maior resulta da forma solidária como as disciplinas foram ministradas, do convívio acadêmico de seus docentes e das experiências advindas das discussões com os discentes por meio de seus projetos de pesquisa”. “Adiciona-se a isso uma convivência mais íntima entre a História e a Antropologia, alargando, portanto, o terreno das discussões teórico-metodológicas. A busca de parceiros na interlocução acadêmica foi, sem sombra de dúvida, o instrumento que trouxe maiores dividendos. A ampliação do diálogo com nossos pares nacionais, por meio da costumeira participação em eventos no país, em que vigoram as discussões interdisciplinares, teve seus resultados rapidamente traduzidos e consolidados nas dissertações desenvolvidas e em desenvolvimento”, explica a professora. “Contudo, novos horizontes se abriram a partir do propósito, perseguido pelos docentes da linha, de intensificar a participação em eventos internacionais, buscando capitalizar as discussões de temas e objetos que habitam suas pautas. Nesse sentido, os grupos de pesquisa dos docentes da linha, cadastrados junto ao CNPq, exercitaram seus programas de atividades, dividiram espaços em mesas e painéis de discussão em eventos nacionais e internacionais, mantendo-se em pleno desenvolvimento. Assim, o diálogo com novos interlocutores, o intercâmbio de publicações e a conquista de espaços em periódicos internacionais incidiram na necessidade de imprimir um raio de maior abrangência no guarda-chuva que abrigava as antigas disciplinas da linha”. “Com tal propósito, procedeu-se à atualização da bibliografia elencada, com acentuado recurso aos clássicos da historiografia nacional e internacional, à qual se acrescenta uma produção extremamente rica, disponível em nossas estantes. O propósito é contemplar a multiplicidade de projetos apresentados, com seus temas e objetos, ao elenco da linha de História, Cultura e Narrativas. Portanto, a linha de História, Cultura e Narrativas incorpora a saudável experiência prévia e apresenta-se reformulada, com alargamento dos espaços e possibilidades de pesquisas e discussões”. “Já a linha de História Política foi repensada a partir da constatação de que os professores que a integram estão interessados centralmente nas conexões entre a História Social e a História Política, e em temas como partidos, ideologias e sua conexão com o poder. Houve, portanto, um esforço para estruturar a linha para essa nova realidade e permitir que ela fosse renovada nessa direção, como pode ser melhor esclarecido pela leitura da ementa abaixo”. “De um ponto de vista acadêmico, cabe destacar, por fim, que, após os inúmeros debates e estudos realizados, desenhou-se nitidamente um "fio de Ariadne" que perpassa as duas linhas, cada uma com seus territórios bem delimitados, suas literaturas específicas, seus corpi documentais mais fecundos e suas metodologias. Vimos delinear-se como eixo comum de interesse a preocupação com uma História não estrutural. Uma preocupação que emerge com o vigor da produção individual de cada docente e, depois, nos textos de justificação teórica e nas ementas de cada linha. Realmente, um dos eixos centrais de interesse desse projeto é garantir que a análise da sociedade seja feita de uma forma tal que o político, o econômico, o social e o cultural sejam vistos de uma forma integrada, o que nos levou, inclusive, a escolher a denominação “História: Cultura e Política’”. “Essa opção justifica-se na busca da constituição de um campo de estudos que possa incorporar os avanços da disciplina ocorridos ao longo das últimas décadas. Assim, uma visão social integrada, mas não isenta de conflitos, deve estar presente e voltada para a dinâmica do social. Presentes nas duas linhas, tais preocupações colaboram para que cada uma delas, em seu próprio campo, articule-se mediante uma problemática geral, transposta na terminologia História: Cultura e Política”. Outras informações na secretaria do PPH, Bloco H-12, sala 16, telefone/fax 3011-4895, site www.pph.uem.br ou e-mail sec-pph@uem.br.