A UEM, por meio do Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento e do Departamento de Agronomia, realizou a segunda edição da Vitrine Tecnológica do Feijoeiro Comum, nesta quinta-feira, dia 26, no Centro de Treinamento de Irrigação. Os presentes puderam verificar o desenvolvimento de l6 linhagens de feijão carioca e preto, das quais, duas foram produzidas pela UEM e foram recomendadas para plantio na região.     


A Flor Diniz, resultante do cruzamento da espécie SEL 1308 com Jurity, é do tipo carioca, com gene resistente ao fungo Antracnose, com mais resistência ao calor e com maior valor comercial por ter halo mais claro. A Awauna, resultante do cruzamento entre FT Nobre e SEL 1308, do tipo feijão preto, também com gene contra Antracnose, tem ainda alguma tolerância à alta temperatura. A Flor Diniz, nomeada em homenagem ao avô da coordenadora do projeto, professora Maria Celeste Vidigal, Florêncio, e a um sítio, produz 2.930 quilos por hectare em média no Paraná, com produção maior em Ponta Grossa (3.937 quilos). Já a Awauna (do tupi guarani, redondo e preto) produz, em média, 2.820 quilos, e, em Ponta Grossa, apresenta melhor desempenho, com 3.270 quilos por hectare.


 

Vidigal explica que os cultivares acabaram sendo plantados em setembro, quando o ideal é que seja feito até agosto, e, apesar disso, muitos deles resistiram bem ao calor intenso que ocorreu na região, conseguindo segurar as flores e fazer o carrego das vagens.Os estudos da UEM procuram determinar o Valor de Cultivo e Uso (VCU) e colaboram com outros realizados em diversas universidades e centros de pesquisa do Sul. A produtividade está relacionada com o clima e a semente utilizada. Por exemplo, as linhagens Criolo 159 e FT Nobre, por exemplo, se adaptam melhor a um clima menos quente, já a Jurity se desenvolve melhor no Paraná. Ao contrário do senso comum, a Pérola, muito comum no Estado, apresenta menor desempenho que a Jurity, tanto em questão genética como no fator climático.  

Os dois cultivares da UEM recomendados estão em processo de registro e proteção e, posteriormente, será feita uma parceria para repasse das sementes para duplicação. Ambos possuem boa arquitetura e facilitam a colheita mecanizada. A professora destaca que as duas espécies recomendadas da UEM apresentam boa performance em sabor, tempo de cocção, aparência, além da resistência à Antracnose. Os estudos contam com participação de alunos de mestrado e doutorado na área de Agronomia e também com doutores.