O Observatório das Metrópoles Núcleo UEM promoveu, no dia 24 deste mês, o IV Seminário Segregação e Crescimento Urbano na Região Metropolitana de Maringá. Nesta edição, o evento agregou uma ampla pesquisa relacionada ao período de pós-requalificação urbana do bairro Santa Felicidade, na cidade de Maringá. Foram apresentados trabalhos pelos alunos do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UEM, da disciplina Estrutura Social e Segregação Urbana; também da disciplina de Sociologia Urbana dos cursos de graduação em Ciências Sociais e Arquitetura e Urbanismo da UEM. 

Segundo a coordenadora do Observatório das Metrópoles, Ana Lúcia Rodrigues, o ponto mais positivo do evento foi o envolvimento dos alunos de graduação e pós-graduação em pesquisas e também a qualidade dos trabalhos apresentados. “Os conteúdos vêm somar e serão incorporados aos bancos de dados organizados no Observatório das Metrópoles, que funciona como braço do mestrado em Ciências Sociais e Ciências Públicas. O seminário foi espaço de divulgação dos resultados dos trabalhos e reflexões com objetivo de subsidiar elaboração de políticas públicas de crescimentos e desenvolvimento urbano, tanto urbano municipal como urbano metropolitano”.  

Rodrigues comenta que os resultados apresentados analisaram o processo de remoção dos moradores do Conjunto Santa Felicidade, dentro do Projeto PAC, para áreas “pulverizadas” pelo território do município, em especial, bairros periféricos da região Norte. Eles confirmam que o processo de crescimento e desenvolvimento urbano de Maringá e da região mantém uma profunda desigualdade e segregação como modelos. Para a professora, com a justificativa de que o Santa Felicidade estava fora do padrão dos bairros da cidade, a Prefeitura removeu um terço dos moradores do bairro para ampliar a largura de ruas e calçadas e o tamanho dos terrenos.

Para a professora, a remoção trouxe problemas para as famílias alocadas em outros bairros como falta de equipamentos urbanos nos novos locais, rompimento de laços sociais, impacto na identificação do ser com seu ambiente, já que, muitos estão sofrendo um profundo estigma por parte dos que já estavam nesses locais.   Rodrigues informa que, desde 2008, o Observatório vem acompanhando todo o processo no Santa Felicidade e que, ao longo desse período, efetuou diversas ações junto ao Ministério Público estadual e federal, Polícia Federal para tentar reverter os problemas detectados. Algumas não foram acatadas e outras estão em andamento.  

Além do Observatório das Metrópoles Núcleo UEM/Maringá, foram promotores do evento o Observatório das Metrópoles/INCT (Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia) e CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), PGC (Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais) da UEM, com apoio do PPP (Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas/UEM), DCS (Departamento de Ciências Sociais/UEM), CCH (Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes/UEM) e UEM.   

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