O jornalismo não terá mais o papel que desempenhou no século XX – o de produzir informação. O século XXI exige uma nova postura, o de analisar, criticar, refletir e sintetizar a notícia. Esta é a opinião da jornalista e professora do curso de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e vice-presidente da Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação), Marialva Barbosa, que esteve na UEM, nesta terça-feira, para a aula inaugural do curso de Comunicação e Multimeios.
Marialva Barbosa acredita que os dispositivos tecnológicos transformaram a relação do público com a notícia. Este novo cidadão não se contenta somente em receber informação, ele deseja opinar também, a partir da síntese de tudo que acessa. Neste novo cenário, ao jornalismo não cabe mais a informação de última hora, o furo, a notícia informativa. Para a professora, o leitor é quem está fazendo isso com muito mais agilidade pelas redes sociais digitais.
Ela
afirma que vivemos a “lógica da sobreposição” cada um de nós é responsável em
encaixar as peças que criam o fato, o acontecimento. Esta nova forma de
produção e consumo de informação, no entanto, não levará à superficialidade, “desde sempre os indivíduos
estão em busca de informação de maior profundidade que o motive a pensar,
refletir e atualmente opinar, vivemos a busca exagerada de opiniões”, diz. De acordo com Marialva Barbosa, o papel do
Jornalismo no século XXI será o de facilitar este processo.