Após passar por um complexo processo de restauração, o Museu da Bacia do Paraná (MBP) terá suas obras entregues nesta sexta-feira (19). Além do tratamento adequado da madeira da edificação, realizado por especialistas e carpinteiros, o MBP recebeu nova pintura com tinta esmalte com as cores originais, e adquiriu barras de apoio para as rampas de acesso, cadeiras de rodas e equipamentos necessários para a adaptação dos banheiros para pessoas com deficiência física. O MBP também passou por reparos na parte hidráulica e elétrica, no telhado (que teve peças trocadas pelas originais), e foi todo higienizado e impermeabilizado, tanto na sua sede como nos dois blocos anexos, onde se situa a reserva técnica do acervo.

No total, foram gastos R$ 35.740,00 em verbas, dos quais R$ 3.000,00 derivaram dos recursos de manutenção semestral do próprio museu e R$ 2.740,00 da Associação Amigos do Museu (AAMBP). Os outros R$ 30.000,00 foram conquistados por meio do projeto Acessibilidade e Inclusão Social no MBP, de autoria da coordenadora do Museu, professora Sandra Pelegrini, premiado pelo Edital Modernização de Museus 2011 – Microprojetos, promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus, órgão do Ministério da Cultura.

Já estão sendo organizadas duas novas exposições para a reabertura do MBP ao público, que será no próximo dia 29. A primeira, intitulada "Pintando e bordando no museu", irá expor telas, tapetes e camisetas, elaboradas por pacientes do Centro de Atendimento Psicossocial de Maringá, fruto de um projeto de extensão coordenado pela psicóloga Raquel Barros e pela professora Sandra Pelegrini, responsável pelo Museu. A outra exposição, chamada Memórias vivenciadas: percepções sensoriais e espaços de sociabilidade (1901-1970), reconstituirá diferentes ambientes de uma casa típica do início da ocupação do Paraná, reunindo utensílios domésticos sofisticados das elites e dos trabalhadores do campo, seus instrumentos agrícolas e pertences. As exposições estarão abertas ao público até o dia 15 de dezembro.



O MBP existe há mais de 30 anos e recebe uma média de 600 visitantes por mês, com distintas faixas etárias e níveis de escolaridade, todos interessados em conhecer o mais completo acervo do processo de ocupação da área rural e da urbanização da região. O Museu também é o guardião de documentos da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, responsável pelo loteamento e transações imobiliárias entre as décadas desde 1930 (teodolito, nível, bússolas, altímetro, negativos, fotografias, livros de contabilidade da empresa, documentos pecuniários, entre outros).

A proposta da coordenadora do Museu, professora Sandra Pelegrini, é de “continuar a estreitar os laços com a população residente em Maringá e região, que já está se concretizando mediante a criação da Associação Amigos do Museu da Bacia do Paraná (AAMBP), organização de projetos de extensão e de eventos que atendam a proposta de inclusão social, acessibilidade e educação patrimonial, por meio do fomento de ações educativas e culturais". A professora destacou que outros projetos serão inscritos nas próximas edições dos prêmios do IBRAM e outras entidades. Porém, segundo Sandra Pelegrini, “o mais importante é que a comunidade universitária e demais cidadãos percebem a importância da preservação das memórias para as futuras gerações”. Mais informações sobre o Museu da Bacia do Paraná pelo telefone: (44) 3011-4294 ou 3011-4554.