Projeto de lei que reduz jornada da enfermagem pode ser votado; profissionais do HUM apoiam

 

O projeto de lei 2.295/2000, que reduz a carga horário dos profissionais de enfermagem de 40 para 30 horas semanais, pode ser votado na Câmara dos Deputados, nos próximos dias, depois de uma década de sua apresentação. O pedido de inclusão na pauta de votação é do deputado federal Major Fábio (DEM/PB).

A diretora de enfermagem do HUM, Franna Vicente Gomes, está confiante na aprovação. “Se não for agora, não vai ser nunca”, disse ela, que acha o momento favorável, mesmo com a pressão contrária de setores administrativos de hospitais privados e públicos para evitar contratação de funcionários para reforçar os quadros.

Profissionais de enfermagem do HUM aderiram à manifestação nacional, no último dia 13. Em visita ao reitor Julio Santiago Prates Filho, eles empunhavam faixas com frases como “Mais humanização para a enfermagem”.

Sobrecarga

O cansaço gerado pela sobrecarga aparece em forma de doenças, como depressão e dores de coluna, que acabam em acúmulo de pedidos de licenças médicas pelos profissionais.

Para preencher essas lacunas no trabalho, diz Franna, os trabalhadores são obrigados a trabalhar ainda mais, fazendo horas extras.

“Os profissionais de enfermagem atendem pessoas em sofrimento, é cansativo e desgastante”, explica a diretora do hospital. Segundo ela, em outros lugares, como Rio de Janeiro e Curitiba, a carga horária já é de 30 horas.  

Diminuir a carga horária também resultaria na criação de mais vagas de trabalho na área, defende a diretora.  

No Hospital Universitário trabalham 69 enfermeiros, 163 técnicos de enfermagem e nove auxiliares.   Outras categorias já trabalham em jornada especial, como médicos (20 horas semanais). No HUM, os profissionais cumprem 36 horas de assistência e dedicam quatro a rotinas administrativas.  

O projeto de lei foi apresentado pelo senador Lúcio Alcântara (PSDB/CE), em 2000. O então presidente Fernando Henrique Cardoso vetou a mudança.