Memórias da cafeicultura e da extração de madeira, atividades econômicas de destaque na Maringá de outros tempos, ganharam espaço na feira agropecuária da cidade, a Expoingá, que vai até domingo (20). As exposições foram levadas ao Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro pelo Museu da Bacia do Paraná (MBP), da UEM, e Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).

Ambientes foram recriados com paineis e artefatos das décadas de 1940 e 1950, primeiros anos da cidade. “Essa mostra faz com que os visitantes relembrem as conversas informais à beira do fogão a lenha, os ‘causos’ contados pelos adultos e a sensação fascinante de rememorar os velhos tempos”, conta a coordenadora do museu e curadora da mostra, professora Sandra Pelegrini.

Para ela, a exposição é “valiosa”, por apresentar o MBP aos cerca de 150 mil   visitantes esperados na Expoingá, e ”oportuna”, por coincidir com o Dia Nacional dos Museus, celebrado hoje (18).

“Alguns visitantes chegam a confessar que as imagens os remetem até ao aroma da comida caseira e aos ruídos aterrorizantes da floresta e dos animais, nas noites de lua cheia, quando as crianças podiam brincar no terreiro antes de se recolherem para dormir”, diz a professora.

Consciência ambiental

O público confronta-se com o passado de exploração desmedida de madeira, muito diferente do atual modelo econômico que prega preservação e reaproveitamento. “A madeira extraída da floresta, como a peroba rosa, era muito utilizada nas próprias propriedades rurais para a construção de cercas e utensílios utilizados nas atividades cotidianas, bem como na edificação de moradias, igrejas, prédios comerciais e públicos”, explica Sandra.

De acordo com o secretário do museu, professor João Batista da Silva, a exposição de ferramentas, como serrotes e machados, utilizados na derrubada da mata, “suscita a curiosidade e, ao mesmo tempo, evidencia a importância da preservação de áreas nativas, ações propositivas no âmbito do reflorestamento”.