A Universidade Estadual de Maringá está debatendo, nesta segunda e terça-feira (23 e 24), estudos ligados às crianças que moram em países de língua portuguesa, tendo como convidados pesquisadores originários dessas nações. A proposta é discutir problemas que são comuns ou específicos de cada lugar, a partir do olhar de quem vive a realidade da infância no seu cotidiano. Os debates fazem parte do 1º Congresso Internacional de Estudos da Criança de Língua Portuguesa e da 10ª Semana Criança Cidadã.

Durante a solenidade de abertura, o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente, Ailton José Morelli, destacou que o momento era importante por discutir os direitos das crianças e dos adolescentes. Desabafou dizendo que existe muita dificuldade de o mundo dos adultos entender os direitos das crianças e adolescentes. Comentou também sobre as dificuldades de implantar política mais ampla no setor.

O coordenador da Comissão Local do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de e nas Ruas da Cidade de Maringá, João Donizete Álvaro, disse sobre a responsabilidade de estar ali representando educadores, educadoras e militantes em defesa das crianças e dos adolescentes. Para ele, não é preciso ter vergonha de defender os direitos das crianças e dos adolescentes, mas sim, avançar cada vez mais na discussão sobre o tema. A coordenadora do Programa Multidisciplinar de Estudos, Pesquisa e Defesa da Criança e do Adolescente da UEM (PCA) e do evento, Verônica Regina Müller, disse que a preocupação com a infância não é algo que atinja muita gente e que as crianças e os adolescentes são o setor da sociedade que mais sofre. Comentou que é preciso pensar mais sobre o assunto, baseado em estudos.

Cada palestrante convidado é autor de um capítulo do livro Crianças dos Países de Língua Portuguesa: histórias, culturas e direitos, que foi organizado por Müller. São pesquisadores de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal e Timor-Leste. Os temas apresentados no livro e, agora, nos eventos estão ligados a diferentes áreas como Direito, Antropologia, Sociologia e História. Sob esse olhar multifacetado, a proposta é criar um espaço de debate capaz de sensibilizar governos dos diferentes países, para a necessidade de implantação de políticas públicas adequadas às necessidades e realidade das crianças.

Os eventos são organizados pelo PCA, com apoio da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e do Instituto de Educação da Universidade do Minho, de Portugal. Outras informações pelo telefone 3011-4260, site www.pec.uem.br/pca ou e-mail  sec.pca@gmail.com