A abertura oficial do II Encontro de Educação Superior ocorreu hoje (15), às 8horas, no anfiteatro Ney Marques, reunindo diversos pesquisadores, professores e acadêmicos da área de etno-história indígena. Além de acadêmicos indígenas da Universidade Estadual de Maringá. O evento, que está na sua segunda edição, é organizado pela Comissão Universidade para os Índios (Cuia), que reúne representantes de todas as instituições públicas de ensino superior do Paraná, incluindo a universidade federal. 

Segundo a professora Rosangela Célia Faustino, atualmente a UEM conta com 22 estudantes indígenas. Ela diz que o Encontro pretende ser um espaço de avaliação, discussão e proposições acerca do ingresso e permanência desses e de todos os indígenas no ensino superior. Pela legislação do Estado, o acesso de estudantes indígenas às universidades públicas está garantido através da reserva de vagas e realização de vestibular específico. No caso da UEM, são reservadas, anualmente, seis vagas de graduação para indígenas. A opção de curso fica a critério do candidato.

Faustino afirma que este encontro é uma oportunidade de troca de experiência e conhecimento entre estudantes indígenas secundaristas, pesquisadores e professores de diversos lugares do Brasil, que anseiam cada vez mais a inclusão dos indígenas nas universidades brasileiras.  Para a professora, este é o primeiro passo para a consolidação da tão sonhada política de inclusão dos índios na educação superior de forma efetiva.

A importância da educação superior para a manutenção e proteção da cultura indígena foi destacada pelo professor Lúcio Tadeu Mota. Para o professor, a educação deve servir para os indígenas como ferramenta de conhecimento dos códigos, leis, linguagem do homem branco, para que defendam igualitariamente seus direitos.

Já o vice-reitor Mário de Azevedo destacou a persistência dos professores da UEM em implantar cursos de graduação direcionados para índios. E enfatizou que a Universidade reconhece e legitima todos os esforços e trabalhos que visam a executar políticas públicas de inclusão dos indígenas na educação superior. “Nós temos uma dívida histórica com os índios, que são os verdadeiros donos das terras brasileiras. A inclusão dos índios nas universidades do Paraná é, em parte, uma forma de reparar com esta dívida”, ressalta o vice-reitor.

Na cerimônia de abertura estiveram presentes o vice-reitor da UEM, Mario de Azevedo, a coordenadora de Educação de Escolas Indígenas da Secretaria de Estadual de Educação, Andréa Gouveia de Oliveira, o coordenador de Apoio Pedagógico da Coordenação-Geral de Educação Fundação Nacional do Índio, Gustavo Menezes, o assessor da Secretaria de Estado da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, Paulo Langer, o coordenador da Comissão Universidade para os Índios e antropólogo da UEL, João Valentin Wawzyniak, o cacique da terra indígena Pinhalzinho, Sebastião Alves, o diretor do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Lúcio Tadeu Mota e a coordenadora do evento, a professora Rosangela Célia Faustino. Após a abertura, a professora Ana Elisa de Castro Freitas, da Universidade Federal do Paraná, mediou a mesa-redonda Estudantes Indígenas. O evento termina amanhã. Estão programadas palestras, mesas-redondas, apresentação de trabalhos científicos, debates e apresentações artísticas.

Para consultar a programação completa do evento acesse: www.eesip.com.br. Informações pelo fone 3261-4670.