O Festival de Cinema de Maringá está de casa nova. O palco para a sexta edição do evento, que começa nesta sexta-feira (3), e segue até 10 de julho, é Universidade Estadual de Maringá. Duas grandes tendas estão sendo montadas no estacionamento do Restaurante Universitário, uma para exibição da mostra competitiva e outro para debates e palestras. A UEM ainda cedeu outro espaço para a mostra paralela e oficinas de cinema, que serão realizados no anfiteatro do Bloco H-35.

O Festival, que este ano homenageia Carmem Miranda, pelo seu centenário de nascimento, foi criado como um espaço de difusão de filmes nacionais que estão fora dos circuitos tradicionais de exibição e de mídia e, por isso mesmo, sequer chegam às locadoras.

Mas os objetivos vão além, explica Pery de Canti, cineasta e coordenador da mostra, lembrando que uma vocação importante do Festival é criar novos espaços culturais longe dos grandes centros urbanos. “A mostra tem possibilitado que o público local tenha contato com o universo de produção do cinema nacional, englobando arte e técnica”, diz.

Ele lembra que a programação do evento conta com a oferta de oficinas de montagem e edição, roteiro, direção de fotografia, oficina de animação. E ainda um seminário de cinema. O trabalho final dos participantes será um curta metragem, com exibição no último dia do festival.

Cada oficina oferece 30 vagas. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até esta quinta-feira pelo site www.festcinemaringa.com.br. Neste endereço os interessados também podem conferir a programação do evento.

Para o diretor de Cultura da UEM, professor Rivail Rolim, a expectativa da Universidade para a realização desse Festival é boa. “Acreditamos que a facilidade de acesso vai motivar alunos, professores e servidores técnicos a participarem das atividades”, disse ele. Otimista com o evento, o Rolim espera que experiência seja um sucesso e o Festival passe a integrar a agenda permanente de cultura da Universidade.

Na condição de professor e de diretor de cultura da Universidade, ele valoriza esses espaços de sociabilidade à medida que eles contribuem para a formação plena do acadêmico, não importa sua área de atuação. “A atual Diretoria de Cultura vem procurando manter e ampliar uma agenda permanente com bons espetáculos e eventos. O Festival é um importante passo nessa direção. Nosso próximo desafio será fazer com que essa agenda se consolide”, opinou. Rolim também destaca que a decisão de ceder os espaços para realização do Festival foi tomada com total responsabilidade, afinal o evento já entrou na sua sexta edição e, portanto, está consolidado na cidade.  O melhor é que o apoio não gerou custos para a Universidade.

 “O Festival de Cinema de Maringá já é o terceiro mais importante da região Sul. E já entramos no relatório anual do Ministério da Cultura como um dos principais festivais do Sul do país”, destaca Canti, lembrando que as edições anteriores eram realizadas nas salas de cinema dos shoppings da cidade. O organizador destaca que no formato do Festival o papel público vai além do de espectador. Todas as categorias, artística e técnica, para longas e curtas-metragens em 35 mm, bem como para curtas-metragens em plataforma digital, passam pela votação popular e não por uma comissão de notáveis. Ele também lembra que a entrada para todas as sessões da mostra é gratuita.

 Sobre a homenagem a Carmem Miranda, Canti adianta que no local será montada uma exposição, que tem curadoria do Museu da Imagem e do Som do Paraná, com fotos e cartazes sobre a pequena notável. Além da exibição de clássicos estrelados pela atriz e cantora, que mesmo não sendo brasileira genuína (nasceu em Portugal e mudou-se para o Rio de Janeiro ainda criança) muito fez pela cultura do nosso país, projetando o nome do Brasil nos Estados Unidos e no resto do mundo a partir da década de 30.