Uma pesquisa sobre o perfil dos candidatos a doador de medula óssea na região, apresentado pela professora Sílvia Maria Tintori, do Departamento de Medicina, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no fim do mês passado, em São Paulo, foi premiado durante o XII Congresso da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea, realizado de 30 de agosto a 2 de setembro.

O trabalho Educação em Saúde - Uma Experiência na Captação de Medula Óssea foi elaborado por uma equipe multidisciplinar da qual Sílvia, que também é diretora do Hemocentro Regional de Maringá, faz parte. A equipe é composta ainda pelas professoras Maria Dalva de Barros Carvalho e Sandra Marisa Pelloso, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde e pelos funcionários do Hemocentro, Ângela Maria Tessaro Moreira e Eduardo Liquio Takao.

     Contemplado com o prêmio Fani Job de melhor trabalho científico da área multidisciplinar do Congresso, o estudo é considerado inédito em nível mundial. O estudo buscou caracterizar o candidato voluntário à doação de medula óssea quanto ao sexo, idade, etnia, escolaridade, grau de conhecimento sobre o processo, os motivos que o levaram a se cadastrar,  as dificuldades encontradas e os meios de comunicação que o sensibilizou.

     O estudo constatou que o maior número de cadastrados para doar a medula óssea foi do sexo feminino, adulto jovem, raça branca e escolaridade de nível superior.

     Segundo a pesquisa, as campanhas realizadas pelo Hemocentro e pelo Laboratório de Imunogenética da UEM, as explicações fornecidas pela equipe, somada à distribuição do material informativo, foram os principais meios pelos quais os candidatos à doação obtiveram informação e conscientização sobre o que é medula óssea, como se faz o transplante e a importância de se cadastrar. Também tiveram destaque as informações transmitidas pela televisão e pelos veículos de mídia impressa, como jornais, livros e revistas.

         A falta de informação e a distância do local de cadastro foram os principais motivos pelos quais as pessoas não se cadastraram anteriormente.

         Assim, por meio da pesquisa, a equipe responsável pelo estudo concluiu que promover ações educativas podem mudar uma realidade. O Hemocentro, que até 2003, cadastrou em torno de 400 voluntários por ano, a partir de 2004 vem atingindo a média de 4000 cadastros anualmente.

Isso representou um aumento de cerca de 900%, o que levou o Hemocentro a estar, atualmente, entre os cinco primeiros do Brasil que mais faz cadastramento deste tipo, considerando a população de abrangência. Segundo Sílvia, este trabalho também demonstra a solidariedade da população maringaense e da região.